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https://hdl.handle.net/1822/62673
Título: | Em legítima defesa: In vino veritas |
Autor(es): | Santos, Maria do Rosário Girão |
Data: | Dez-2018 |
Editora: | Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» (CITCEM) |
Resumo(s): | [Excerto] Quer para Baudelaire quer para João Penha, o vinho é fonte de inspiração, método de criação e trampolim para a evasão: fuga ao tempo tirânico, cuja duração acentua o “spleen”, duplicando-o, e olvido da dor de existir ou, melhor, do absurdo que é a vida (simbolizada pelos paios e presuntos), dado que, citando Dante, não há “Nessun maggior dolore che ricordarsi del tempo felice nella miseria”. Do mesmo modo, cada qual emblematiza a situação trágica do homem moderno: sendo a euforia, suscitada pelo excitante, meteórica, Baudelaire insiste em glosá-la, sabendo de antemão que o seu término se avizinha; quanto a João Penha, as suas inclinações (talvez hedonistas, quiçá eudemonistas) vão no sentido de poetizar a vida prosaica, que invade o ideal entressonhado e vulgarmente o sobreleva. Assim sendo, se os poemas baudelairianos cantam, em geral, o “spleen” e desembocam no ideal, os sonetos penhianos não raro partem do sublime e desaguam no prosaísmo, pela via de um itinerário a preto e branco, comum aos dois estetas requintados, que vai, ziguezagueante, das trevas à elevação e do absoluto ao relativo. [...] |
Tipo: | Capítulo de livro |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/62673 |
ISBN: | 978-989-8970-04-6 |
Acesso: | Acesso aberto |
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