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https://hdl.handle.net/1822/58630
Título: | O governo dos corpos das crianças e a supressão da liberdade para brincar e se movimentar na educação de infância |
Autor(es): | Kuhn, Roselaine Cunha, António Camilo Costa, Andrize Ramires |
Palavras-chave: | Brincar e se movimentar Nosoinfância Biopoder |
Data: | 2018 |
Editora: | Universidade do Minho |
Citação: | Kuhn, R.; Cunha, A.C. & Costa, A.R. (2018). O governo dos corpos das crianças e a supressão da liberdade para brincar e se movimetar na Educação de Infância. In: III Colóquio Internacional de Ciências Sociais da Educação. Infância(s) e juventude(s) na educação contemporânea. Instituto de Educação. Universidade do Minho |
Resumo(s): | Governar a infância significa educar as crianças moldando-lhe o corpo e a alma, instrumento da anátomo-biopolítica para que sejam integradas nas formas de vida partilhadas na modernidade. Na cultura ocidental emerge combinação entre hierarquia e padrão, norma na qual todas devem se enquadrar, fomentada pelas artes de governo a partir do final do século XVIII para que corpos-objetos sejam reunidos, ordenados, classificados, distribuídos, utilizados e produzidos por foças associativas excludentes, conforme cada papel e finalidades prescritas. Toda existência humana moderna é governada individual e coletivamente, tornando-se passivo objeto de comando, controlo, gestão, medida e organização, funções pré-estabelecidas pelos dispositivos que detém esse poder: a escola e a família. Para haver governo da infância foi necessário cria-la como objeto de análise, classificação e diferenciação. A nosopolítica que a contorna é a mesma que vai-lhe autorizar uma nosoinfância preconizada em etapas, determinações, proposições de limites e medidas hierárquicas dicotômicas: crianças sadias-doentes, exemplares-delinquentes, normais-anormais, coligidas nas estratégias de governo pois é preciso educa-las, trata-las, socializa-las, medicalizá-las, lança-las nas estatísticas, enfim, fazê-las existir. O biopoder normalizador e a constituição de uma rede conceitual estabelecem o que é ser sujeito moderno através do poder disciplinar. A dimensão lúdica corpórea da criança é colocada ao serviço da aquisição de saberes e habilidades prescritas pelos adultos, a fim de que atinjam padrões motores pré-definidos pelas ciências. O poder exercido pelos adultos suprime as experiências lúdicas legitimas forjadas na corporeidade da criança e no dialogo original e singular do corpo-mundo. Para a criança brincar é como respirar e se movimentar em liberdade constitui açãos imanente e essencial ao auto desenvolvimento. A educação , entendida modernamente como aquela que conduz o outro de modo formativo e corretivo, ocupa-se dos recém-chegados ao processo civilizacional e, de modo econômico, os tange eficaz, duradoura, suave ou explicitamente de modo violento, materializando-se num eficiente dispositivo de poder sobre os miúdos. Para tal é necessário suprimir o que os liberta e promove a autonomia e a criatividade: brincar e se movimentar em liberdade rompe com a camisa-de-força do governo dos corpos e, portanto, não tem um lugar legitimamente assegurado na educação moderna |
Tipo: | Artigo em ata de conferência |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/58630 |
Arbitragem científica: | yes |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | CIEC - Textos em atas |
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Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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