Pessoas e organizações no quotidiano pandémico: uma construção social da realidade?

Abstract

A pandemia do Coronavírus instalou-se no mundo e exigiu das pessoas e das organizações, enquanto empresas, instituições ou associações, mudanças no quotidiano societal. O presente ensaio pretende refletir sobre como pessoas e organizações se adaptaram a esta nova realidade, à luz da perspetiva da construção social da realidade (Berger e Luckmann, 1991). Conclui-se, por um lado, que as empresas se esforçaram e se esforçam por gerir o conhecimento ao seu dispor e por contribuir para a subsistência interna e ainda para a promoção de sentidos e discursos pela prevenção da transmissão do vírus. Por outro lado, tal traduz-se numa forma de legitimação do posicionamento organizacional nos média e na sociedade. A adaptação é clara e reveladora da força da construção social da realidade: a pandemia modificou a vida das pessoas e das organizações e estas procuraram adaptar-se e reconstruir-se, ainda que sob dois “mundos”, o objetivo e o subjetivo, os quais conduzem as práticas no quotidiano.