Putting the focus on sleep quality: subjective sleep measures, actigraphy and brain correlates in ageing

Abstract

Sleep is a multidimensional phenomenon with a relevant role in the maintenance of organism homeostasis, overall well-being and optimal cognitive function. Throughout the lifespan, changes in sleep dimensions occur, namely on its timing, duration, architecture and quality. In what concerns to sleep quality, studies are highly heterogeneous; not only the tools used are extremely variable, but also the way this concept is defined. Thus, the present thesis aims at providing a thorough analysis on the meaning of sleep quality, contributing to the clarification of its definition. It also aims to determine the sleep patterns, routines and quality of Portuguese community-dwellers across the adult lifespan and determine the main predictors of self-reported sleep. It is also an aim to explore the association between a composite measure of sleep quality and brain correlates. For these purposes, a systematic review of the literature on sleep quality meaning was performed and three original studies developed considering a cross-sectional and/or a longitudinal approach. Portuguese community-dwellers within the adult lifespan (18 and more years) were recruited and self-reported sleep quality and psychological variables were assessed in the first two studies and in the third, neuroimaging information was also collected. Results show that sleep quality is a multidimensional concept that should integrate information from different settings (e.g. clinical measures such as the Pittsburgh Sleep Quality Index, and parameters that reflect the interpretation of lay individuals of it). Lay people interpretation of sleep quality seems to be stable across the adult lifespan and no differences between men and women are observed regarding the parameters reported. Poor subjective sleep quality is associated with decreases in functional and structural connectivity of specific brain networks, with an overlapping node in the middle left temporal region. Overall, the present work contributes for the clarification of sleep quality concept, enabling a better comparison between study results. Despite the contributions of this doctoral work to the body of literature, there are still avenues to be explored so that individuals can benefit from personalized sleep care, and physicians can better act on the subjective informations reported by their patients, feasibly taking advantages of the new technologies to better monitor sleep in ecological settings.

O sono é um fenómeno multidimensional, com um papel relevante na manutenção da homeostasia do organismo, no seu bem-estar geral e no bom funcionamento da sua função cognitiva. Ao longo da vida ocorrem alterações nas suas diferentes dimensões, nomeadamente nos seus horários, duração, arquitetura e qualidade. No que respeita à qualidade de sono, os estudos são altamente heterogéneos; não só os instrumentos utilizados são muito variáveis, mas também a forma como o conceito é definido. Assim, a presente tese tem como objetivos realizar uma análise aprofundada do conceito “qualidade de sono” e contribuir para a clarificação da sua definição; determinar os padrões, rotinas e a qualidade de sono de uma amostra de indivíduos potugueses adultos, bem como os principais preditores das variáveis de sono reportadas; e determinar a associação entre uma medida compósita de qualidade de sono e correlatos cerebrais. Para este propósito, realizaram-se uma revisão sistemática da literatura sobre a definição de qualidade de sono e três estudos empíricos com uma abordagem transversal e/ou longitudinal, onde se recrutaram indivíduos de 18 e mais anos, e se avaliaram a qualidade de sono e algumas variáveis psicológicas nos dois primeiros estudos, e se realizou ainda uma ressonância magnética cerebral no terceiro. Os resultados indicam que a qualidade de sono é um conceito multidimensional, que deve integrar informação de de diferentes contextos (ex. medidas clínicas como a do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh, mas também parâmetros que decorrem da interpretação do conceito pelo indivíduo). A interpretação deste conceito pelos indivíduos da comunidade parece ser estável ao longo da vida adulta, não se observando diferenças entre homens e mulheres nos parâmetros reportados. Uma má qualidade de sono correlaciona-se com uma diminuição da conectividade funcional e estrutural em redes cerebrais que se sobrepõem na região temporal média esquerda. O presente trabalho contribui para a clarificação da definição de qualidade de sono, promovendo comparações mais adequadas entre resultados de estudos. No entanto, apesar das contribuições, existem ainda caminhos a serem explorados, para que os indivíduos possam beneficiar de cuidados de sono personalizados e para que os seus médicos possam agir melhor sobre as informações subjetivas relatadas, aproveitando as vantagens das novas tecnologias para melhor monitorizar a qualidade de sono em ambientes ecológicos.