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https://hdl.handle.net/1822/62803
Título: | A africada surda e a semivocalização da lateral: um estudo sociolinguístico. |
Autor(es): | Aguiar, Joana |
Palavras-chave: | Variação sociolinguística Africada surda Semivocalização da lateral |
Data: | 2019 |
Citação: | Aguiar, J. (2019). A africada surda e a semivocalização da lateral: um estudo sociolinguístico. Lusoconf 2018- I Encontro Internacional de Língua Portuguesa e Relações Lusófonas. Escola Superior de Educação de Bragança. In C. Araújo, C. Teixeira, C. Falcão, L. Santos, P. Fernandes, & V. Gonçalves (2019). I Encontro Internacional de Língua Portuguesa e Relações Lusófonas: LUSOCONF2018: livro de atas (pp. 37-49). Bragança: Instituto Politécnico. ISBN 978-972-745-248 |
Resumo(s): | Neste trabalho, analisamos a ocorrência da africada surda e da semivocalização da lateral em pronomes e determinantes, a partir de entrevistas espontâneas recolhidas nos cinco concelhos que constituem a Terra Quente Transmontana. Os entrevistados são falantes adultos, estratificados de acordo com o sexo, a idade e a escolaridade. A africada surda ocorreria no discurso oral, até meados do século XVIII, em palavras grafadas com <ch> , derivadas dos grupos consonânticos latinos CL-, PL- , FL- (Maia, 1986). Atualmente, a ocorrência da africada surda está cristalizada lexicalmente e ocorre no português oral em Trás-os-Montes e no mirandês. O fenómeno de semivocalização da lateral em pronomes e determinantes resulta da conjugação de aspetos fonológicos e morfológicos aplicados a itens lexicais de alta frequência. Os fenómenos em análise são socialmente estigmatizantes e estão associados a regiões do interior de Portugal e a falantes idosos. Surgem, inclusive, descritos nos trabalhos de Vasconcellos (1890-1892, 1985) como elementos que caracterizam a “linguagem popular” de Trás-os-Montes. Os resultados permitem-nos concluir que a africada é realizada maioritariamente por falantes com mais de 65 anos (95%) e em falantes não escolarizados (55%). Quanto aos fatores linguísticos, é notória a importância do léxico na manutenção da africada surda, na medida em que 88% das ocorrências podem ser agrupadas em apenas cinco grupos de frequência: formas verbais de chamar, chegar e chorar; formas derivadas do adjetivo pequeno; e formas regionais, como chícharos ou chorros. No que diz respeito à semivocalização da lateral, é também nos falantes com mais de 65 anos de idade que este processo é mais comum, tendo, também, sido registada a sua ocorrência em falantes na faixa etária [36-50]. Verificou-se que estes falantes são provenientes de Macedo de Cavaleiros e Alfândega da Fé, concelhos próximos da área de difusão do mirandês, língua onde este fenómeno também ocorre. Esta constatação sugere que a manutenção da realização da semivogal (em detrimento da lateral) em falantes cuja produção linguística é tipicamente mais próxima da variedade dita normativa (Eckert, 1997) poderá ser explicada através da proximidade com a área de difusão de uma língua que conserva a semivocalização em determinantes e pronomes. |
Tipo: | Artigo em ata de conferência |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/62803 |
ISBN: | 978-972-745-248 |
Versão da editora: | https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/18595/3/atas_I_lusoconf_final.pdf#page=46 |
Arbitragem científica: | yes |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | CEHUM - Artigos em livros de atas |
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Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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