Leitura do espaço arquitetónico a partir da aplicação da Psicologia da Forma de Arnheim: análise compositiva e percetiva de duas escolas de arquitetura

Abstract

A presente dissertação foi despoletada por leituras no âmbito da Psicologia da Forma, nomeadamente dos ensaios de Rudolf Arnheim. Ainda que o pensamento do autor nos remeta ao campo mais genérico das Artes Visuais, pretende-se aqui transpor a abordagem ao domínio disciplinar da Arquitetura. Como tal, a sua incidência direciona à experiência do espaço, procurando fixar um quadro de leitura acerca da qualidade do espaço edificado. Entre as obras de Arnheim, adotadas para este estudo, destaca-se a Art and Visual Perception: A Psychology of the Creative Eye (1954). Dela se retirou matéria para a abordagem de três conceitos fundamentais: Forma, Espaço e Movimento. A exploração teórica é ensaiada/verificada sobre duas obras: Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, (Fernando Távora e J. B. Távora, 2004) e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, (Siza Vieira, 1992). Duas “escolas”, duas autorias e um mesmo programa, mas com dimensões, condicionantes e contextos distintos. Perseguindo a avaliação da experiência dos edifícios recorreu-se, do ponto de vista metodológico, ao registo gráfico (desenho e fotografia) como ferramenta de construção, reflexão e comunicação. O trabalho organiza-se em três fases: uma primeira fase, relativa à identificação dos casos de estudo, com a fixação de um Glossário, na qual se definem os Conceitos a aplicar no decorrer da investigação; a segunda fase, intitulada por Edifícios versus Conceitos, corresponde à aplicação dos conceitos explorados no glossário aos edifícios; por último, em Conceitos versus Percursos, faz-se um confronto de percursos, sequência na experimentação dos espaços das escolas, evidenciando distintas opções compositivas em cada uma das obras. Deste modo, a investigação responde à aplicação das abordagens da Psicologia da Forma no âmbito da arquitetura, dando a compreender o poder da envolvente, da implantação e das opções ao nível da organização e caracterização dos espaços internos do edifício na experiência do espaço arquitetónico, orientada pelos conceitos de Forma, Espaço e Movimento.

The present dissertation was triggered by readings within the Psychology of Form, namely the essays by Rudolf Arnheim. Even though the author's thought refers us to the more generic field of Visual Arts, it is intended here to transpose the approach to the disciplinary domain of Architecture. As such, its incidence leads to the experience of space, seeking to establish a framework for reading about the quality of the built space. Among the works of Arnheim adopted for this study, the one that stands out is the Art and Visual Perception: A Psychology of the Creative Eye (1954), and it was from this specific work that was withdrawn the material to approach three fundamental concepts: Form, Space and Movement. The theoretical exploration is tested/verified on two works: Architecture School of the University of Minho (Fernando Távora and J. B. Távora, 2004) and the Faculty of Architecture of the University of Porto (Siza Vieira, 1992). Two "schools", two authors and one same program, but with different dimensions, constraints and contexts. Pursuing the evaluation of the experience of buildings, methodological use was made of graphic recording (drawing and photography) as tools for construction, reflection and communication. The work is organized into three phases: a first phase, related to the identification of case studies, with the fixation of a Glossary, which defines the Concepts to be applied in the course of the investigation; the second phase, entitled Buildings versus Concepts, which corresponds to the application of the concepts explored in the glossary to the buildings; finally, in Concepts versus Promenades, it is a confrontation of paths, sequence in the experimentation of the spaces of the schools, evidencing different compositional options in each of the works. Therefore, research responds to the application of approaches of the Psychology of the Form in the ambit of the architecture, giving to understand the power of the surrounding, implantation, as well as organizational options and characterization of the internal spaces of the building in the experience of the architectural space, guided by the concepts of Form, Space and Movement.