Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/48724

TítuloFilosofia Acadêmica e Filosofia da Educação: formação exegética e ativismo político no ensino médio de filosofia no Brasil
Outro(s) título(s)Academic philosophy and philosophy of education: exegetical training and political activism on high school philosophy in brazil
Autor(es)Andrade, Ricardo Henrique Resende de
Orientador(es)Casulo, José Carlos de Oliveira
Palavras-chaveBrasil
Pensamento brasileiro
Filosofia acadêmica
Filosofia da educação
Filosofia no ensino médio
Brazil
Brazilian thought
Academic philosophy
Philosophy of education
Philosophy in high school
Data17-Mar-2017
Resumo(s)Depois de algumas décadas de intensas reivindicações de educadores e estudantes, a Lei 11.684, em 2008, fez retornar a filosofia ao currículo do ensino médio como componente obrigatório, atendendo a um anseio represado nos setores mais esclarecidos e progressistas da sociedade brasileira. Quase todos convencidos de que este regresso representaria um passo importante e quiçá definitivo para afirmação da democracia no País. A filosofia no ensino médio encarnava simbolicamente a promessa de uma redenção ética e política da sociedade, tanto quanto representava a afirmação da cidadania e da consciência crítica dos estudantes, após décadas de opressão ditatorial. Embora a promulgação tardia da Lei tenha sido uma vitória estratégica, especialmente para a consolidação institucional da filosofia no Brasil, parece longe de ser definitiva. A presença da filosofia nas escolas brasileiras continua a ser um desafio de alta complexidade para professores secundários, mas também para os professores universitários que os formam. As mesmas questões relativas a justificação da presença da filosofia na escola, que foram respondidas por inúmeras vezes pelos filósofos da educação nos tempos de sua supressão, continuam a ser atuais, necessárias e até mais perturbadoras do que antes. Este estudo versa sobre a difícil tarefa de se implementar esta disciplina ao examinar pelo menos três aspectos adversos: em primeiro lugar o problema histórico e crônico da acomodação cultural da “filosofia entre nós”; em segundo, o esgotamento do paradigma da formação exegética gestado como programa de formação da filosofia acadêmica que, não obstante o seu relativo sucesso na formação de pesquisadores, revelou-se inadequado à formação de professores para atuarem no ambiente escolar; por fim, em terceiro, as deficiências sistêmicas da escola que, combinadas a uma condição de absoluta escassez da cultura letrada, deu azo para redução do ensino de filosofia a uma espécie de proselitismo político deformador. Depois de um breve histórico da penosa presença da filosofia e do seu ensino no Brasil desde a fundação dos Colégios dos Jesuítas até a Primeira República, esta tese analisa a sua institucionalização universitária, a partir da criação do curso de filosofia da Universidade de São Paulo e, em paralelo, estuda o desenvolvimento da filosofia da educação como disciplina acadêmica e como campo privilegiado de reflexão do ensino, destacando sua vocação militante, sempre sensível às questões sociais, econômicas e culturais. Por fim, este trabalho objetiva demonstrar que o declínio do modelo de formação nacional-desenvolvimentista dos filósofos acadêmicos (baseado na leitura exegética dos textos), combinado com o engajamento político-educacional dos filósofos da educação em um contexto cultural empobrecido, favoreceu a emergência de dois tipos degenerados de conduta docente, a tímida e a intrépida, que comprometem severamente o êxito do ensino da filosofia aos jovens brasileiros. De um lado, reaviva-se o elitismo cultural excludente e discriminatório, do outro, ressuscita os fantasmas da impostura intelectual característica do ativismo inculto. Constrangido entre o elitismo do tímido e a impostura do intrépido, o ensino médio da filosofia no Brasil ainda parece algo a ser inventado.
After some decades with strong claims by educators and students, the brazilian law number 11.684, in year 2008, did return philosophy to high school curriculum as a necessary component, in answer to a repressed yearning in the more enlightened and progressiv sectors of brazilian society. Almost all of them convinced of that return would mean an important advance and maybe definitive to afirmation of democracy in Brazil. Philosophy in High School incoporate symbolically the promisse of a ethical and political redemption to society, as it represented the claim of students’ citizenship and critical consciousness, after decades of dictatorial opression. Although the law late promulgation had been a strategic victory, specially to the institutional consolidation of philosophy in Brasil, it seems far to be definitive. The presence of philosophy in the brazilian schools keeps being a complex task to teachers, but also to the professors who teach them. The same questions about the justification of presence of philosophy in schools, that was answered by several times by philosophers of education in the years in which it was supressed, keep having place being still necessary and until more disturbers than before. The present study is about the hard assignment of to implement that matter in examining at least three adverses aspects: in the first place, the historical cronical problem of cultural acomodation of “philosophy between us”; secondly, the exhaustion of exegetical formation paradigm created as programo formation of academic philosophy which, despite its relative success in formation of researchers, revealed itself inappropriate for the formation of teachers to act in schools; thirdly, the sistemic defaults of school that, along of a condition of absolut scarcity of high culture, produced a pretext to reduction of philosophy teaching to a kind of deforming political proselytism. After a brief historical account of painful presence of philosophy and its teaching in Brazil since the foundation of School of Jesuits until the First Republic, this thesis analyse the institutionalization in university, starting with creation of cours of philosophy of University of São Paulo and, in the other hand, it studies the development of philosophy of education as academic discipline and as privileged field of thought of to teach, highlighting its vocation to activism, always sensible to social, economic and cultural questions. For last, this work aims to demonstrate that decline of model of development-national formation of academic philosophers (based on exegetical lectures of the philosophiacal texts), combined with political and educational engagement of philosophers of education in a poor cultural contexto, favored the emergency of two types of degenerate teacher conduct: shy and intrepid, that compromise hardly the success of teaching philosophy to brazilian youngs. In a side, one renew the cultural elitism exclusionary and discriminatory, in another side, one rise the phantoms of intelectual imposture inherent of uncultivated activism. Between the shy elitism and the imposture of intrepid teacher, the brazilian teaching of philosophy in Brazil still seems a thing to one invent it.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Ciências da Educação (especialidade em Filosofia da Educação)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/48724
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIEd - Teses de Doutoramento em Educação / PhD Theses in Education

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