A criança, o brincar e a cultura lúdica: algumas reflexões

Abstract

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a produção da cultura lúdica infantil, a considerar as crianças que transformam o espaço em que brincam e constantemente atribuem significados às suas brincadeiras. São relevantes as contribuições de estudiosos do campo da filosofia, psicologia e sociologia, referentes ao universo que envolve a criança, os jogos, as brincadeiras e a cultura infantil. Autores que trataram desses assuntos no século passado, por mérito, devem ser destacados pelos conhecimentos que produziram, tais como: Benjamin, Bruner, Froebel, Piaget e Vigotiski. As reflexões aqui presentes se voltam para os estudos mais recentes de Giles Brougère (2002,2010), sociólogo que tem se empenhado, ao longo dos últimos anos, a discutir fenômenos sobre a cultura lúdica contemporânea, emprestando um sentido racional à construção do brincar em relação a outros autores que olham o brincar como manifestação profundamente natural, como encontramos, por exemplo, em Benjamim e Kunz. Este trabalho, de natureza qualitativa, é construído a partir de uma revisão bibliográfica e faz parte de um capitulo da tese, com título “a Criança, a mídia e as (novas) identidades motoras na Educação Física", desenvolvida no Programa de Doutoramento em Estudos da criança, na Universidade do Minho. É preciso olhar para o brincar, não apenas por uma lente. O brincar pressupõe vários campos de manifestação e análise. Entre eles se destacam campos opostos e complementares como: i) o brincar das crianças como manifestação pré-reflexiva, fenomenológica natural; ii) o brincar das rlanças como construção racional, padronizada modelar —onde se aprende a brincar; iii) na combinação destes dois campos talvez possamos elevar um terceiro campo — heimenéutico — que faz um diálogo entre esses dois mundos— o experienciado e o pensado.

The aim of this paper is to dlscuss the production of children's play culture, to consider children that transform the space in playing and constantly attribute meanings to their play. The contributions are relevant in the field of philosophy scholars, psychology and sociology, for the universe that surrounds the child, the games, the plays and children's culture. Authors who deal with these issues in the last century, merit should be highlighted by the knowledge produced, such as: Benjamin, Bruner, Froebel, Piaget and Vygotsky. The reflections are present turn to lhe most recent studies of Gilles Brougère (2002, 2010), sociologist who has been engaged over the past few years, to discussphenomena of contemporary ludic culture, lending a rational sense to the construction of play in relation to other authors looking play as deep natural manifestation, as we find, for example, in Benjamin and Kunz. This work, qualitative nature, is constructed from a literature review and is part of a chapter of the thesis entitled "The child, the media and the (new) motor identities in the Physlcal Education" developed in the PhD prograrn in Child Studies at the Uriiversity of Minho. You need to look at the play, not only by a lens. The play presumes various manifestation fields and analysis. Among them stand opposite and complementary fields such as: i) the play of children as pre-reflexive manifestation, phenomenologicai, natural; ii) the play of children as rational construction, standardized, model — where one learns to play; iii) lhe combination of these two fields we might raise a third field - hermeneutic - that makes a dialogue between thes two worlds — the experienced and thought