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https://hdl.handle.net/1822/12497
Título: | Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Um estudo sobre a avaliação de competências no contexto de um Centro Novas Oportunidades |
Autor(es): | Pinto, Susana Cristina da Silva |
Orientador(es): | Alves, Maria Palmira |
Data: | 26-Abr-2011 |
Resumo(s): | O presente trabalho de investigação centrou-se na problemática do reconhecimento e
validação das aprendizagens experienciais dos adultos (RVAE) numa perspectiva educativa. Estas
novas práticas de RVAE, terreno de tensões e contradições, enquadram-se num paradigma de
Educação/Formação ao Longo da Vida, valorizando as aprendizagens informais e não-formais
dos adultos, decorrentes dos seus percursos pessoais, sociais e profissionais.
Com base neste enquadramento, elegemos a problemática “até que ponto as
abordagens de formação de adultos, que sustentam, do ponto de vista teórico, os processos de
RVCC, também enquadram as práticas educativas que pretendem dar continuidade a estes
processos?”. Para o seu aprofundamento, realizámos uma investigação qualitativa, de natureza
descritiva e interpretativa (Van der Maren 1996), tipo estudo de caso, num Centro Novas
Oportunidades (CNO), localizado na Madeira. Os participantes na investigação circunscreveramse
a duas amostragens: i) responsáveis pela formação (n = 12): Directora e Coordenador do
CNO, profissionais de RVC, formadores, Coordenadora Regional dos CNO e avaliadores externos;
ii) formandos (n = 10): cinco do nível B3 e cinco do Secundário. Os principais instrumentos de
recolha de dados foram as entrevistas semi-estruturadas e os Portefólios Reflexivos de
Aprendizagens, não descurando os documentos legislativos. Por sua vez, a técnica de análise
dos dados foi a análise de conteúdo. O reconhecimento social, a valorização da experiência, a regulação / acompanhamento e a autonomia / participação do sujeito são as dimensões
nucleares analisadas, a partir dos discursos dos entrevistados.
Os principais resultados indiciaram que o processo de RVCC se situou, primariamente,
na tradução, interpretação e significação do conhecimento e no seu reconhecimento. Entre o
saber oriundo da experiência e o reconhecimento de competências, a experiência foi reavaliada a
partir das novas experiências vivenciadas, sendo estas confrontadas com as passadas, parecendo ter sido esta a dinâmica que promoveu o desenvolvimento do sujeito. Tratou-se de
um trabalho cognitivo de desconstrução e reconstrução dos conhecimentos, reconhecendo os
entrevistados que as experiências de vida foram valorizadas pelos responsáveis pela formação,
apesar da dificuldade sentida em interpretar e atribuir um valor simbólico à experiência do
adulto. Todavia, a introdução das práticas de RVAE reclamam uma mudança profunda nos
sistemas de educação/formação, pois os processos de RVCC não se limitam à aplicação de um
conjunto de procedimentos e de metodologias, numa perspectiva tecnicista e tecnocrática de
ensino-aprendizagem. Tanto ao nível dos actores, quanto das estruturas, implicará a mudança
de representações e de práticas educativas: a evolução das representações e das práticas de
aprendizagem, a evolução dos modelos tradicionais de educação/formação, para integrarem, de
forma coerente os princípios e os pressupostos que se encontram subjacentes ao
reconhecimento e à validação. No âmbito da avaliação, estas práticas vêm questionar a
sobrevalorização da avaliação sumativa e dos diplomas, preconizada na educação tradicional,
valorizando a avaliação formativa, como forma de avaliação de regulação, que no processo de
RVCC visou melhorar o funcionamento do conjunto do sistema. This research work is centred around the issue of adult experience learning recognition and validation (RVAE) in an educational perspective. These new RVAE practices, ground for tension and contradiction, fit in an Education/Lifelong Training paradigm, valuing adults’ informal and non-formal learning done in their personal, social and professional journey. Based on this framework, we have elected the following issue: “to what extent do adult training approaches, that from a theoretical point of view support the RVCC processes, also frame the educational practices that intend to give this processes a continuity?”. To deepen this issue, we conducted a qualitative investigation, of descriptive and interpretative nature (Van der Maren 1996), a case study in a New Opportunities Centre (CNO), located in the island of Madeira. This investigation’s participants were divided into two samples: i) responsible for the training (n = 12): CNO Director and Coordinator, RVC professionals, trainers, CNO Regional Coordinator and external evaluators; ii) trainees (n = 10) five in B3 level and five in high school level. The main data gathering instruments were semi-structured interviews and Learning Reflexive Portfolios, as well as the legislation in force. The data analysis technique was content analysis. Social recognition, increased value of experience, regulation / attendance and autonomy / subject participation are the nuclear dimensions that were analysed from the discourse of the interviewees. The major results have indicated that the RVCC process has mainly been found in the translation, interpretation and meaning of knowledge and its recognition. Between the knowledge that comes from experience and the recognition of competences, experience has been reevaluated from new existing experiences, which are confronted with past experiences. This seems to be the dynamic that promoted the development of the subject. It was a cognitive work of deconstruction and reconstruction of knowledge, as the interviewees acknowledged that their life experiences were valued by those responsible for the training, in spite of the difficulty felt in interpreting and attributing a symbolic value to the adult’s experience. However, the introduction of RVAE practices demands a profound change in the education/training systems, because the RVCC processes are not limited to the enforcement of a set of procedures and methodologies, in a technicist and technocratic teaching-learning perspective. This will imply the change of educational representations and practices and the evolution of traditional education/training models, both in actors and structures, so that they can coherently integrate the principles and presuppositions that underlie recognition and validation. In the scope of evaluation, these practices call into question the overvaluation of summative evaluation and diplomas, extolled in traditional education, valuing formative evaluation as a way to evaluate and regulate, which in the RVCC process has intended to improve the functioning of the system as a whole. |
Tipo: | Tese de doutoramento |
Descrição: | Tese de doutoramento em Ciências da Educação (especialização em Desenvolvimento Curricular) |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/12497 |
Acesso: | Acesso aberto |
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