Las mujeres y la economía comparada de las drogas

Abstract

Partiendo de la actual centralidad de los delitos relacionados con la droga en las condenas penales a mujeres y de la notable reorganización de la población reclusa que indirectamente ha producido, se pretende examinar cómo se modula el tráfico de droga según el género, cómo y cuándo se estratifican los narcomercados de acuerdo con este u otros criterios, y qué modalidades presenta la participación femenina en la economía de la droga. Una perspectiva comparativa atenta a las variaciones en la estructura de estos mercados ilegales, así como a las ideologías de género que de diferentes formas los caracterizan, nos permitirá dar cuenta de las propiedades específicas que, en contextos portugueses, adopta la intervención de la mujer en el tráfico de drogas. Al reafirmar la importancia de contextualizaciones precisas, esta especificidad también puede contribuir a reapreciar desde una óptica diferente la controversia criminológica, recientemente exhumada, en torno al viejo y recurrente personaje llamado nuevo delicuente.

Starting from the contemporary centrality of drug offenses in women's penal convictions and the reorganization of prison populations that it indirectly has generated, this paper will examine women's participation in the drug economy. Adopting a comparative stance attentive to the different gender definitions that shape retail drug markets, as well as to the variations in the structure of such markets, it will outline the specificity of women's intervention in trafficking in Portugal, as opposed to other contexts, and the way they have innovated in creating economic niches within structures of opportunities that were closed to them. Such specificity contributes to consider in a new light the recently exhumed controversy concernig the "new female criminal".

Partindo da actual centralidade dos crimes de droga na condenação penal de mulheres e da assinalável reorganização das fileiras prisionais que ela veio indirectamente produzir, procurar-se-á examinar como se modula o tráfico segundo o género, como e quando são os narcomercados estratificados por este e outros critérios e quais as modalidades da participação feminina na economia da droga. Uma perspectiva comparativa atenta às variações na estrutura destes mercados ilegais, bem como às ideologias de género que diversamente os caracterizam, permitirá dar conta das propriedades específicas que a intervenção das mulheres no tráfico assume em contextos portugueses. Reafirmando assim a importância de contextualizações precisas, esta especificidade pode também contribuir para reapreciar a uma outra luz a controvérsia criminológica, recentementemente exumada, em torno dessa velha e recorrente personagem designada por nova delinquente.