A pessoa com Síndrome Coronário Agudo no interface pré-hospitalar - hospitalar: promover a efetividade da comunicação clínica

Abstract

A emergência médica tem assumido um maior relevo e uma evolução importante, quer na construção, quer na qualificação dos cuidados de enfermagem e na redução das taxas de mortalidade e de morbilidade nos doentes transportados. O exercício profissional dos enfermeiros na atividade pré-hospitalar tem respondido ao benefício da intervenção clínica precoce como forma de garantir a excelência de cuidados e a prática de acordo com a evidência neste domínio. Apesar de a dificuldade em afirmar a diferenciação do seu exercício neste contexto ainda permanecer, sendo conhecida alguma contestação social (interna e externa), torna-se fundamental documentar factos e âmbitos ainda pouco explorados, como a comunicação e a sua eficácia entre as equipas pré-hospitalares e hospitalares, em situações de emergência, mais especificamente, em situações de Síndrome Coronário Agudo (SCA). Nos doentes críticos com SCA é imperativo o cuidado, o agilizar e monitorizar terapêutica pré hospitalar e hospitalar, bem como a identificação precoce das situações críticas, de maneira a obter eficácia na ativação também precoce dos serviços de hemodinâmica. As Guidelines do European Ressuscitation Council (ERC) reconhecem a importância da deteção e da importância da implementação terapêutica tanto a nível pré-hospitalar como hospitalar. Tempos de transporte, terapêutica utilizada e escolha de um tratamento em detrimento de outro são os grandes momentos decisivos e preditivos do sucesso do tratamento, daí que a comunicação entre as duas equipas seja preciosa e fundamental. O presente projeto de intervenção pretende analisar a influência da comunicação entre equipas na transferência do doente com SCA, bem como identificar as atividades dos intervenientes no meio pré-hospitalar e hospitalar; e a existência de possíveis instrumentos facilitadores de comunicação/registo. Estes dados terão um contributo importante para um conhecimento mais abrangente das competências do enfermeiro nos cuidados pré-hospitalares, podendo estimular o incentivo dos enfermeiros da atividade pré-hospitalar a realizar sempre os registos da sua intervenção autónoma nos cuidados prestados, e a reforçar a passagem dessa informação na transferência e encaminhamento nas unidades de saúde, bem como promover o desenvolvimento de uma plataforma de registos próprios de enfermagem na atividade pré-hospitalar.

The medical emergency has taken on a major role in the construction and qualification of nursing care and in reducing mortality and morbidity rates in transported patients. The professional practice of nurses in prehospital care has responded to the benefit of early clinical intervention as a way of ensuring excellence in care and practice according to the evidence in this field. Although the difficulty in affirming the differentiation of its exercise in this context still remains, and it is known some social contestation (internal and external), it becomes fundamental to document facts and scopes still little explored, such as communication and its effectiveness among the teams pre Hospital and emergency situations, more specifically in situations of acute coronary syndrome (ACS). In critical ACS patients, it is imperative to care for, expedite and monitor prehospital and hospital therapy, as well as the early identification of critical situations, in order to obtain efficacy in the early activation of hemodynamic services. The European Resuscitation Council (ERC) Guidelines recognize the importance of detection and the importance of therapeutic implementation both prehospital and hospital. Transportation times, therapy used and choosing one treatment over another are the great decisive and predictive moments of treatment success, so that communication between the two teams is precious and fundamental. The present study intends to analyze the influence of communication between teams on the transfer of the patient with ACS, as well as to identify the activities of the participants in the prehospital and hospital environment; and the existence of possible communication / registration facilitation tools. These data will have an important contribution to a more comprehensive knowledge of nurses' competences in prehospital care, and may stimulate the incentive of prehospital nurses to always keep records of their autonomous intervention in the care provided, and to reinforce the passage Of this information in the transfer and referral in the health units, as well as to promote the development of a platform of own registers of nursing in the prehospital activity.