(Des)classificações em torno dos diplomas universitários: o caso das ciências de engenharia

Abstract

Face ao alongamento da escolaridade de novas gerações e das propostas cada vez mais diversificadas de oferta de cursos pelas universidades, a definição prévia da imagem da profissão tende a diluir-se em detrimento de uma definição ao longo ou após o curso. Este processo é reforçado pela transformação nos modos de transmissão de saberes e nos referenciais identitários. Com base numa investigação aprofundada realizada a uma fileira de estudos - ciências de engenharia - e delimitada aos finalistas e diplomados da Universidade do Minho (Marques, 2006), foi-nos possível analisar as posições desigualmente assumidas pelos jovens perante as várias designações de licenciaturas, cujos limites do exercício da actividade profissional nem sempre permitem que se distingam entre si. A partir das informações recolhidas formulamos a hipótese de que na base da explicação e compreensão das orientações simbólico-culturais, que enformam tais posições, estão presentes várias relações cuja importância varia em função: i) da formação académica e do desempenho profissional, ii) das expectativas e das condições projectadas de inserção profissional e iii) das orientações normativas e culturais perante o trabalho e o emprego.