Sistemática dos óxidos de Nb, Ta e Ti em pegmatitos do Norte de Portugal

Abstract

Nos dias de hoje, a compreensão completa dos minérios torna-se imprescindível na prospeção, mineração e processamentos dos mesmos. Esta compreensão requer a identificação de diferentes espécies minerais, decifrando as suas relações texturais e compreendendo as variações composicionais nos componentes principais, secundários e vestigiais dos minerais individuais. No caso de minerais com variabilidade composicional complexa, como os óxidos de Nb e Ta, esta compreensão torna-se ainda mais crucial. No Norte de Portugal, a maioria dos depósitos primários de Ta são essencialmente pegmatíticos e dispõem-se segundo uma faixa NW-SE que segue aproximadamente as trajetórias de estruturação orogénica, Varisca, atribuídas às 2ª e 3ª fases de deformação. Do ponto de vista administrativo, as áreas selecionadas para estudo (Afife, Dornas, Gravanho, Monte de Alvorada, Perdizes, Pedra da Moura e Senhora da Assunção) abrangem os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Viseu e Guarda e encontram-se ao longo de 3 tipos de pegmatitos: LCT com assinatura litinífera, LCT berilífero e híbrido. O presente estudo tem como objetivo identificar as diferentes espécies de Nb-tantalatos, os seus intercrescimentos e paragéneses associadas, padrões de zonalidade, mineroquímica e tendências de fracionação. Para isso, utilizou-se o equipamento MEV-ER. Como conclusão apresenta-se um quadro composicional dos Nb-tantalatos por tipos de pegmatitos: nos pegmatitos com assinatura litinífera identificaram-se verdadeiras columbites-tantalites, Fe-columbites, Mn-tantalites, Sn-ixiolites, W-wodginites, microlites e tapiolites; nos pegmatitos berilíferos identificaram-se columbites-tantalites, Fe-columbites e Mn-tantalites; e nos pegmatitos híbridos identificaram-se columbites-tantalites, Fe-columbites, W-wodginites e U-microlites. Os pegmatitos LCT com assinatura litinífera são, de forma clara, aqueles com maior variabilidade composicional e aqueles que apresentam frequentemente minerais ricos em Ta. Dada esta íntima associação paragenética torna-se cada vez mais evidente um estudo integrado e aproveitamento destes dois metais em simultâneo.

Nowadays, a complete understanding of ore minerals is essential in exploration, mining and processing. This understanding requires the identification of different species of minerals, deciphering their textural relationships and understanding the compositional variations in the main, secondary and trace components of the individual minerals. In the case of minerals with complex compositional variability, such as Nb and Ta oxides, this understanding is even more crucial. In Northern Portugal, most of the primary Ta deposits are essentially pegmatitic and are arranged in a NW-SE lineation that approximately follows the Variscan orogenic structuring trajectories, attributed to the 2nd and 3rd phases of deformation. This study aims to identify the different Nb, Ta- bearing species, their intergrowths and associated paragenesis, their zoning patterns, their minerochemistry and their fractionation trends. For this, MEV-ER equipment was used. To conclude, a compositional diagram of Nb-Ta bearing species by pegmatite types is presented. In pegmatites with litiniferous signature, true columbites-tantalites, Fe-columbites, Mn-tantalites, Sn ixiolites, W-wodginites, microlites and tapiolites were identified. In beryliferous pegmatites, columbites tantalites, Fe-columbites and Mn-tantalites were identified. In the hybrid pegmatites, columbites-tantalites, Fe-columbites, W-wodginites and U-microlites were identified. LCT pegmatites with litiniferous signature are clearly those with greater compositional variability and those that often contain minerals rich in Ta. Given this intimate paragenentic association, an integrated study and use of these two metals simultaneously becomes increasingly evident.