Dume no desenvolvimento da cidade de Braga: fazer a terra

Abstract

A cidade de Braga encontra-se em forte desenvolvimento urbano, tal situação alastrando-se para as freguesias vizinhas de Real e Dume, em que a freguesia de Real é considerada como urbana e a freguesia de Dume como rural. No caso, é a freguesia de Real que está a sofrer mais transformações deste desenvolvimento urbano, com modificação de uma zona rural em zona urbana. Com o aumento da área construída, aumenta a impermeabilização de solos, o que levanta uma série de problemas ecológicos, como a desertificação dos solos, o aumento das temperaturas, a destruição de habitats e a subida dos níveis de poluição, para além de problemas de natureza hidrológica relacionado com o desaparecimento ou alteração dos lençóis freáticos e o risco de cheias. A partir deste crescimento urbano surgiram novos arruamentos e complexos habitacionais, que negligenciaram marcas do património local, tanto natural como histórico, ao serem construídos sobre terrenos agrícolas, ou ao fragmentarem marcas da rede viária local, como vias de ligação romanas e medievais, de Dume ao centro da cidade e até Santiago de Compostela. Com base nestas preocupações surgiu a intenção de criar um projeto que preserve e desenvolva os campos agrícolas e sua produção, enquanto se relaciona com elementos do património local. Este projeto tem por base um sistema de autoprodução, em que os habitantes apoiam os campos de cultivo e os campos de cultivo servem a população. Para tal desenvolvimento é necessário reorganizar as áreas de cultivo, tal como os terrenos baldios, de forma a explorar diferentes culturas, nomeadamente através de hortas, pomares e jardins, proporcionando à população e visitantes diversas formas de vivenciar outras formas de vivenciar na cidade. Como elemento de apoio e desenvolvimento destes terrenos, é projetado um mercado na fronteira entre as duas freguesias, que se relaciona diretamente com os produtos ali cultivados, enaltecendo a produção local, e proporciona a quem o frequenta perspetivas diferentes dos métodos de produção. Este objeto é criado também como um elemento de ligação entre o urbano e o rural, estabelecendo uma ponte entre as duas margens e, neste caso, defendendo a sua miscigenação.

The city of Braga is strong urban development, this situation The city of Braga is undergoing through a strong urban development, this situation spreading to the neighboring parishes of Real and Dume, in which the parish of Real is considered as urban and the parish of Dume as rural. In this case, it is the parish of Real that is undergoing the most transformations of this urban development, with a change from a rural area to an urban area. As the built-up area increases, soil sealing increases, which raises a series of ecological problems, such as soil desertification, rising temperatures, habitat destruction and rising levels of pollution, in addition to problems of hydrological nature related to the disappearance or alteration of water tables and the risk of floods. From this urban growth, new streets and housing complexes emerged, which neglected marks of the local heritage, both natural and historical, by being built on agricultural land, or by fragmenting marks of the local road network, such as Roman and medieval connecting roads, from Dume to the city center and to Santiago de Compostela. Based on these concerns, the intention arose to create a project that preserves and develops agricultural fields and their production, while relating to elements of the local heritage. This project is based on a self-production system, in which the inhabitants support the cultivated fields and the cultivated fields serve the population. For such development, it is necessary to reorganize the cultivation areas, such as vacant land, in order to explore different cultures, namely through vegetable gardens, orchards and gardens, providing the population and visitors with different ways of experiencing other ways of experiencing the city. As an element of support and development of these lands, a market is designed on the border between the two parishes, which is directly related to the products grown there, praising local production, and providing those who frequent it with different perspectives on production methods. This object is also created as a linking element between the urban and the rural, establishing a bridge between the two banks and, in this case, defending their miscegenation.