On sap and blood: family trees, literary legacies and systems of kinship in contemporary representations of queer families

Abstract

Through a comparative reading of several literary works, while also evoking other art forms, namely photography, this thesis will address matters of queer kinship, inheritance and legacy in contemporary representations of families in the context of the United States of America, namely in two novels Middlesex (2002) by Jeffrey Eugenides (1960-) and The Great Believers (2018) by Rebecca Makkai (1978-), a play, The Inheritance (2018) by Matthew Lopez (1977-) and a memoir, The Argonauts (2015) by Maggie Nelson (1973-). This comparative reading is established through a dialogue between a set of metaphors that permeate the case studies (ghosts, family trees) while also exploring how the discourses about queer bodies and families have been reshaped and challenged over the last twenty years. Looking at families, in the context of queer theories and kinship studies, is perceived as a way of analysing how heteronormative norms shape both the home and the social, as well as how queer individuals have been producing both alternative but also assimilationist kinship structures that guarantee structures for safety and care. Ultimately, this thesis intends to open up a discussion about how queer families have been represented in literature and other art forms, how these representations reinforce or challenge notions of nuclear families and how these are shaped by social and gender norms, and how one generation of artists can contribute, not only to the representation of their times but also to a transgenerational legacy of cultural references.

Através de uma leitura comparatista de várias obras literárias contemporâneas, evocando também outras formas de arte, particularmente a fotografia, esta tese abordará questões de parentesco e afinidades queer, herança e legado em representações contemporâneas de famílias no contexto dos Estados Unidos da América, nomeadamente em dois romances, Middlesex (2002) de Jeffrey Eugenides (1960) e The Great Believers (2018) de Rebecca Makkai (1978-), uma peça, The Inheritance (2018) de Matthew Lopez (1977-) e uma memoir, The Argonauts (2015) de Maggie Nelson (1973-). Esta leitura comparatista é estabelecida através de um diálogo entre um conjunto de metáforas que permeiam os estudos de caso (fantasmas, árvores genealógicas), explorando ao mesmo tempo como os discursos sobre corpos e famílias queer foram remodelados e desafiados ao longo dos últimos vinte anos. Olhar para as famílias, através de teorias queer e affect studies, é entendido como uma forma de analisar como as normas heteronormativas moldam tanto o doméstico como o social, assim como as formas como pessoas queer têm vindo a produzir estruturas de parentesco, alternativas e assimiladoras, que garantem proteção e cuidado. Em última análise, esta tese pretende abrir uma discussão sobre como as famílias queer têm sido representadas na literatura e outras formas de arte, como estas representações reforçam ou desafiam noções de famílias nucleares e como estas são moldadas por normas sociais e de género, e ainda o modo como uma geração de artistas pode contribuir, não só para a representação dos seus próprios tempos mas também para um legado transgeracional de referências culturais.