Amazon in the international media: agents, discourses and power

Abstract

This thesis seeks to understand and discuss the constructions of meaning, representations and discourses about the Amazon region in eight foreign newspapers from four countries (United States, England, India and China). The region is associated with diverse and controversial social and geopolitical clashes since the arrival of European navigators five centuries ago. Additionally, there are growing national and international interests in the Amazon as a major icon in the global struggle for the protection of biodiversity and mitigation of climate change. My focus of interest lies on the international coverage about Amazonia along a seven-year period (2010-2016) and more particularly during a critical moment of discourse, represented by the forest fires of global repercussion in 2019. In this context it is assumed that the combination of diverse, often conflicting, social actors and interests generates important tensions over power. That is, power to define the meaning of the territory, who its inhabitants and beneficiaries are, the role they play and the directions of the region, whether aimed at environmental conservation, development or a debatable third way. In any case, these controversies occur in the midst of "naturalized" discursive practices in journalistic discourses, which constitute one of the main sources of information and perception about distant physical realities for news consumers. Thus, the main objective of this research is to elucidate the dynamics of signification and representation (frames, story-lines), (de)legitimation of social actors and argumentation, used by newspapers in their discourses about the Amazonian territory. By means of Critical Discourse Analysis and frame analysis tools, the thesis shows that the distinct newspapers from different countries have a relatively individualized discursive profile to introduce and elaborate meanings about the Amazon. Still, the sense that the Amazon Rainforest constitutes a global common crosses almost all coverages, although there are dissimilarities in emphasis and solutions to protect the forest. The main differences between newspapers refer to the way they portray political actors, especially the Brazilian president, as well as other social actors, especially Indigenous peoples. It was also possible to identify macro-tendencies in the coverages from global “North” and “South”, mainly in relation to funding the conservation of the Amazon as a global environmental heritage.

Esta tese busca compreender e esclarecer as construções de sentido, representações e discursos sobre a região amazônica em oito jornais estrangeiros quatro países (Estados Unidos, Inglaterra, India e China). A região suscita embates sociais e geopolíticos diversos e controversos desde a chegada dos navegantes europeus há pouco mais de cinco séculos, para além dos crescentes interesses nacionais e internacional na Amazônia enquanto grande ícone da luta global pela proteção da biodiversidade e mitigação das mudanças climáticas. O foco de interesse recai sobre a cobertura internacional sobre a Amazônia num período de sete anos (2010-2016), e mais particularmente durante um momento crítico do discurso, representado pelos fogos florestais de repercussão global em 2019. Nesse contexto, assume-se que a combinação de atores sociais e interesses diversificados, seguidamente conflituosos, gera importantes tensões sobre poder. Ou seja, poder de definir o significado do território, quem são seus habitantes e beneficiários, o papel que desempenham e os rumos da região － se voltados à conservação ambiental, ao desenvolvimento ou a uma discutível terceira via. Em qualquer caso, essas polêmicas ocorrem em meio a práticas discursivas “naturalizadas” nos discursos jornalísticos, os quais constituem uma das principais fontes de informação e percepção sobre realidades físicas distantes dos leitores. Assim, o principal objetivo desta pesquisa foi elucidar as dinâmicas de significação e representação (enquadramentos, linhas narrativas, (des)legitimação de atores sociais e argumentação, usadas pelos jornais em seus discursos sobre o território amazônico. Por meio de ferramentas da Análise Crítica do Discurso e análise de enquadramentos, verificou-se que os diferentes jornais dos diferentes países possuem um perfil discursivo relativamente diferenciado para aproximar e elaborar sentidos sobre a Amazonia. Ainda assim, o senso de que a Floresta Amazônica constitui um global common atravessa quase todas as coberturas, apesar de haver diferenças na ênfase e nas soluções para proteger a floresta. As principais diferenças entre jornais se referem ao modo como retratam atores políticos, especialmente o presidente brasileiro, bem como outros atores sociais, especialmente povos Indígenas. Também foi possível notar macro-tendências nas coberturas oriundas do “Norte” e do “Sul” global, sobretudo quanto a financiar a conservação da Amazônia enquanto patrimônio ambiental global.