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TítuloEstimulação e promoção de memórias autobiográficas específicas como metodologia de diminuição de sintomatologia depressiva em pessoas idosas
Autor(es)Gonçalves, Daniela C.
Orientador(es)Albuquerque, Pedro Barbas
Paúl, Constança
Data18-Jan-2007
Resumo(s)As alterações demográficas registadas nas últimas décadas, despoletadas pela redução da taxa de natalidade e pelo aumento da esperança média de vida, estão actualmente patentes na inversão da pirâmide populacional portuguesa, onde o número de idosos ultrapassou pela primeira vez o número de jovens (INE, 2002). Conquanto se registem melhorias consideráveis na qualidade de vida da população idosa portuguesa, mensurável através de indicadores físicos objectivos e medidas de satisfação de vida subjectivas, as taxas de prevalência de psicopatologia, nomeadamente de depressão, são preponderantes. Os dados aumentam de forma exponencial se considerarmos a percentagem de subdiagnóstico estimada. Pretendemos com este trabalho implementar uma modalidade de intervenção breve junto de idosos com diagnóstico de episódio depressivo, através da estimulação das suas memórias autobiográficas. Num primeiro momento, expomos o estado da arte em torno desta temática. Apresentamos o conceito de memória autobiográfica, relacionando-a com a iniciação e manutenção da sintomatologia depressiva, destacando nesta relação o conceito de obregeneralização, enquanto incapacidade para recuperar memórias relativas a acontecimentos de vida específicos (Capítulo I). Consideramos quais as características do quadro depressivo em idosos e quais as modalidades de intervenção mais utilizadas (Capítulo II). Analisamos a história da reminiscência, enquanto estratégia de intervenção junto de idosos (Capítulo III). Na segunda parte, referimos quais os procedimentos realizados, com o intuito de implementar uma intervenção breve, ao longo de 4 sessões, junto de idosos com sintomatologia depressiva (Geriatric Depression Scale, Barreto et al., 2003) e sem défice cognitivo (Mini Mental State Examen, Guerreiro et al., 1993), através da terapia da reminiscência (Capítulo IV). A par com a diminuição da sintomatologia depressiva, consideramos que a implementação do protocolo de intervenção iria reflectir-se no aumento da satisfação de vida (Life Satisfaction Index, Martín, 2002) e da especificidade e positividade das memórias autobiográficas (Autobiographical Memory Test, Williams & Broadbent, 1986). A amostra foi constituída por 22 pessoas idosas ( x =80.7 anos, DP=4.5), em situação de internamento a tempo inteiro ou parcial, aleatoriamente distribuídas entre ambas as condições, de tratamento ou sem tratamento. Os resultados traduzem uma melhoria estatisticamente significativa por parte dos participantes inseridos no grupo experimental, observável através (i) da diminuição da sintomatologia depressiva (t(20)= 3.58, p<.05), (ii) do aumento da satisfação de vida (t(20)= –3.83, p<.05), e (iii) da recuperação de mais memórias autobiográficas específicas (t(20)= –3.46, p<.05) e positivas (t(20)= –4.23, p<.05). Concluímos assim que (i) a sobregeneralização que acompanha a memória autobiográfica em quadros depressivos é reversível mediante a utilização de estratégias direccionadas para a promoção da sua especificidade; e (ii) a terapia de reminiscência parece ser uma estratégia eficaz para o trabalho terapêutico junto de pessoas idosas com sintomatologia do foro depressivo. De entre as principais vantagens desta estratégia, destacamos a ausência necessidade de aquisição de novas competências por parte dos idosos (Capítulo V).
strong increase in the life expectancy, which translates into severe demographical changes. This results on a noteworthy shift of the Portuguese demographical structure, since there are currently more elders than young people (INE, 2002). Although there are considerable improvements in the Portuguese elders’ quality of life, which can be measured through objective physical measures and subjective satisfaction indicators, the prevalence for psychopathology is still very high, especially in the case of depression. The estimated data for under diagnosis indicates an even worse case scenario. The aim of this work is to implement a short intervention directed to depressed elderly, stimulating their autobiographical memories. We first present the concept of autobiographical memory, exploring the link between overgeneralized autobiographical memory, defined as the incapacity to retrieve memories of specific life events, and the onset and persistence of depression (Chapter I). We then consider the main characteristics of geriatric depression, as well as the most important strategies applied (Chapter II). On the last part of the state of the art, we review reminiscence’s history, as a usual technique to intervene with the elderly (Chapter III). On the second part, we report the adopted procedure, which consists in a four session intervention, aimed to reduce depressive symptoms (Geriatric Depression Scale, Barreto et al., 2003) on institutionalized elders without cognitive impairment (Mini Mental State Examen, Guerreiro et al., 1993) through reminiscence therapy. Beside the reduction of depressive symptoms, we hypothesized that after the intervention protocol was applied the participants from the experimental group would show an improvement in life satisfaction (Life Satisfaction Index, Martín, 2002), and autobiographical memories would be more specific and positive (Autobiographical Memory Test, Williams & Broadbent, 1986). Our sample was composed by 22 elders ( x =80.7 years, SD=4.5), in partially or fully institutionalised, randomly assigned to the two conditions, treatment or no treatment. The results show a statistically significant improvement of the elders submitted to intervention, showing (i) less depressive symptoms (t(20)= 3.58, p<.05), (ii) improvement in life satisfaction (t(20)= –3.83, p<.05) and (iii) higher retrieval of specific (t(20)= –3.46, p<.05) and positive autobiographical memories (t(20)= –4.23, p<.05). The findings suggest that (i) the overgeneralization of autobiographical memory, characteristic of depressive pathology, is reversible through techniques aimed to promote the specificity; and (ii) reminiscence therapy seems to be a worthy strategy for therapeutic work with depressive elders. Its main advantage seems to be the fact that it doesn’t impose new competences on the elderly (Chapter V).
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de Mestrado em Psicologia - Área de Especialização em Psicologia Clínica
URIhttps://hdl.handle.net/1822/6506
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Dissertações de Mestrado

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