A língua Umbundu no ensino primário em Angola: uma abordagem ecológica do currículo escolar

Abstract

O tema em estudo “A LÍNGUA UMBUNDU NO ENSINO PRIMÁRIO EM ANGOLA: Uma abordagem ecológica do currículo escolar” parte das nossas preocupações com o ensino e aprendizagem da língua e cultura Umbundu no Ensino Primário em Benguela. A questão de investigação define-se como: Quais as perceções dos professores e entidades oficiais da educação e cultura da província de Benguela sobre a língua Umbundu no currículo do Ensino Primário? Limitamo-nos ao estudo das escolas, seu corpo diretivo e professores para além das entidades da Cultura na Província. Selecionámos de forma aleatória catorze Professores em cada um dos dez Municípios, três Chefes de Departamentos da D.P.E.C.T.; nove Diretores de Repartições Municipais de Educação e um Chefe de Departamento da D.P.C., totalizando 153 intervenientes. O objetivo geral é analisar o currículo e as práticas curriculares nas escolas do Ensino Primário da província de Benguela no que respeita à língua Umbundu. Os objetivos específicos são: i) averiguar as perceções dos inquiridos sobre a inserção do Umbundu no currículo do Ensino Primário em Angola/Benguela, quer na escola rural quer na escola urbana; ii) averiguar as perceções dos inquiridos sobre a formação inicial de professores e a cultura do Umbundu na escola e iii) refletir sobre os desafios que se colocam à escola na promoção da língua Umbundu, nomeadamente quando os pais e encarregados de educação não falam nem valorizam essa língua. O estudo recorreu às técnicas de Inquérito por questionário (de respostas abertas e fechadas) e entrevistas semiestruturadas para a recolha dos dados. Os resultados apontam para a necessidade de inserção da língua Umbundu no currículo do Ensino Primário. Paralelamente, surge a perceção da necessidade de formação de professores competentes e especializados na língua e cultura Umbundu bem como a perceção pouco positiva dos intervenientes sobre os recursos pedagógicos e curriculares, a fim de permitir a diversificação de metodologias ativas e ecológicas no e para o processo de ensino e aprendizagem.

The topic under study "THE UMBUNDU LANGUAGE IN PRIMARY EDUCATION IN ANGOLA: An ecological approach to the school curriculum" is part of our concerns about the teaching and learning of Umbundu language and culture in primary education in Benguela. The question of research is defined as: What are the perceptions of teachers and official entities of education and culture of the Benguela Province in Umbundu language in the curriculum of Primary Education? We limit ourselves to the study of schools, their governing bodies and teachers beyond the entities of Culture in the Province. We randomly selected fourteen Professors in each of the ten Municipalities, three Heads of Departments of D.P.E.C.T.; nine Directors of Municipal Education Divisions and one Head of Department of D.P.C., totaling 153 participants. The general objective is to analyze the curriculum and curricular practices in primary schools of Benguela Province with respect to Umbundu language. The specific objectives are: i) to investigate the perceptions of the respondents about the insertion of Umbundu in the curriculum of primary education in Angola/Benguela, both in the rural school and in the urban school; ii) to investigate the perceptions of the respondents about the initial formation of teachers and the culture of Umbundu in the school and iii) to reflect on the challenges that the school faces in promoting the Umbundu language, especially when parents and guardians do not speak or they do not give value this language. The study used the techniques of questionnaire survey (of open and closed answers) and semi-structured interviews for data collection. The results point to the need to insert the Umbundu language into the Primary Education curriculum. At the same time, there is a need to train competent and specialized teachers in the Umbundu language and culture, as well as the lack of positive feedback from the participants on the pedagogical and curricular resources, in order to allow the diversification of active and ecological methodologies in and for the process teaching and learning.