Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/5606

TítuloPolythéisme des valeurs et postmodernité
Autor(es)Rabot, Jean-Martin
Orientador(es)Maffesoli, Michel
Alves, Aníbal
Data13-Jan-2005
Resumo(s)L’objectif central de notre thèse consiste à montrer que la société postmoderne est profondément polythéiste et tribale et que la socialité ne découle plus d’un dessein rationnel ou d’un projet normatif, mais résulte d’une fusion qui rassemble et relie les individus sur la base d’une identification affective. De ce point de vue, il s’avère nécessaire de comprendre la structuration sociale à partir de l’expression des sentiments et des passions qui se manifestent non seulement dans les moments paroxystiques, mais également dans les moments plus discrets et anodins de la vie quotidienne, par exemple sous la forme de la culture ou de la religiosité populaires. La religiosité postmoderne consiste alors dans l’adhésion polythéiste des différents groupes sociaux, que d’aucuns appellent les tribus, à une série de valeurs qui s’opposent les unes aux autres. C’est dans le vécu de valeurs communément partagées que se forment les groupes sociaux, qu’ils se consolident et se séparent mutuellement. La pluralité des valeurs constitue ainsi le meilleur garant de la cohésion du tout. Dans ce contexte, le conflit est à envisager comme un phénomène social normal (Durkheim) ou comme une forme de socialisation (Simmel, Weber) et la religion comme l’une des exigences naturelles de la condition humaine. Nous montrons que ce que l’on désigne communément sous le vocable de postmodernité porte indéniablement la marque de la pluralité et qu’un changement de paradigme dans la saisie des phénomène sociaux a été nécessaire pour que la question du polythéisme ait droit de cité. De ce point de vue, il faut bien admettre que le religieux n’est plus l’apanage exclusif des théologiens, que l’expérience du sacré fait l’objet d’un déplacement, que l’effort de compensation de la perte des grands référentiels renvoie avant tout à un recouvrement du collectif. Nous montrons que dans le cadre d’une sociologie qui se veut compréhensive, il n’est plus question de perfectionner la société, de la désaliéner, de la régénérer. Il s’agit d’accepter le monde comme il est et pour ce qu’il est, avec toutes ses incohérences et imperfections. Dans ce travail, nous analysons les diverses facettes de ce vécu éclaté qui se diffracte en autant de systèmes de vie et de modes de penser irréconciliables en raison même de l’incompatibilité, pour ne pas dire de l’opposition, entre valeurs. Nous montrons en outre que le polythéisme des valeurs ne constitue nullement un entrave à l’harmonisation des différences.
O objectivo central da nossa tese é o de mostrar que a sociedade pósmoderna é profundamente politeísta e tribal e que a socialidade já não emana de um desígnio racional ou de um projecto normativo, mas que ela resulta de uma fusão que une e religa os indivíduos na base uma identificação afectiva. Deste ponto de vista, é necessário compreender a estruturação social a partir da expressão dos sentimentos e das paixões, que se manifestam não só nos momentos paroxísticos, como também nos momentos mais discretos e anódinos da vida quotidiana, como por exemplo sob a forma da cultura e da religiosidade popular. A religiosidade pós-moderna consiste então na adesão politeísta dos diferentes grupos sociais, também chamados tribos, a uma série de valores que se opõem uns aos outros. E é na vivência de valores comummente partilhados que se formam os grupos sociais, que eles se consolidam, ou então que se separam mutuamente. A pluralidade dos valores constitui assim o melhor garante para a coesão do todo. Neste contexto, o conflito deve ser encarado como um fenómeno social normal (Durkheim), ou como uma forma de socialização (Simmel, Weber), e a religião como uma das exigências naturais da condição humana. Mostramos que aquilo que é designado comummente pelo vocábulo de pós-modernidade leva a marca da pluralidade e foi necessário que uma mudança de paradigma na apreensão dos fenómenos sociais para que o fenómeno do politeísmo fosse plenamente reconhecido. Deste ponto de vista, temos que admitir que o religioso já náo é o apanágio dos teólogos, que a experiência do sagrado é o objecto de um deslocamento e que o esforço de compensação da perda dos grandes referências remete antes de mais para o redescobrimento do colectivo. Mostramos que no quadro de uma sociologia compreensiva, já não se trata de aperfeiçoar a sociedade, de a desalienar, de a regenerar. Trata-se de aceitar o mundo como é e por aquilo que é, com todas as sua incoerências e imperfeições. Neste trabalho, analisamos as diversas facetas deste vivido estilhaçado, que se difracta em outros tantos sistemas de vida e modos de pensamento, em virtude da incompatibilidade, para não dizer da oposição, entre valores. Mostramos, além disso, que o politeísmo não constitui, de forma nenhuma, um obstáculo para a harmonização das diferenças.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de Doutoramento em Sociologia
URIhttps://hdl.handle.net/1822/5606
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CECS - Teses de doutoramento / PhD theses
DS/CICS - Teses de Doutoramento / PhD Theses

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