Química e farmácia

Abstract

A Europa pós-iluminista empenhou-se na afirmação da função e do estatuto da ciência e do impacto desta na sociedade, o que - a partir da terceira década do século XIX - uma conceção positivista do mundo (Auguste Comte, Herbert Spencer,…) só veio reforçar. Neste contexto, a Química - ciência experimental que beneficiou, ao longo do século XIX, de um progresso incomparável entre as ciências naturais - não passou despercebida à pena realista de Eça de Queiroz para a composição do retrato da sociedade portuguesa de finais de Oitocentos que nos quis deixar. A partir da sua obra romanesca é possível elaborar um rol de mais de três dezenas de compostos, produtos e preparações químicas e farmacêuticas que, como se verá, não constituem meros detalhes de exotismo narrativo nem de um exercício de snobismo erudito.