Vírus papiloma humano: insatisfação sexual e impacto psicossocial na qualidade de vida

Abstract

O Vírus Papiloma Humano é uma das infeções sexualmente transmissíveis mais prevalentes na atualidade. Pretendeu-se avaliar a forma como as variáveis psicológicas, sociodemográficas e clínicas influenciam, predizem, moderam e medeiam a Insatisfação Sexual e o Impacto Psicossocial vírus papiloma humano na qualidade de vida das mulheres infetadas. No total, 194 mulheres completaram questionários relativos ao impacto psicossocial do vírus papiloma humano na qualidade de vida, insatisfação sexual, morbilidade psicológica, supressão emocional e espiritualidade. Mulheres com maior morbilidade psicológica e maior supressão emocional apresentaram maior impacto psicossocial do vírus papiloma humano na qualidade de vida. Maior morbilidade psicológica, supressão emocional, ser mais velha, menos escolarizada e não usar preservativo associou-se a maior insatisfação sexual. Insatisfação sexual, morbilidade psicológica e idade previram o impacto psicossocial do vírus papiloma humano na qualidade de vida. Idade, supressão emocional, impacto psicossocial na qualidade de vida e uso do preservativo previram a insatisfação sexual. Usar preservativo moderou a relação entre a Supressão Emocional e a Insatisfação Sexual. A Morbilidade psicológica mediou a relação entre a Supressão Emocional e o impacto psicossocial do vírus papiloma humano na qualidade de vida. Assim, é importante intervir particularmente na morbilidade psicológica e uso do preservativo nas mulheres mais velhas.

The Human papillomavirus is one of the most prevalent infections transmitted sexually today. This study evaluates how the psychological, sociodemographic and clinical variables influence, predict, moderate and mediate Sexual Dissatisfaction and Psychosocial Impact of human papillomavirus, the Quality of Life of infected women. In total, 194 women completed questionnaires assessing psychosocial impact of human papillomavirus on quality of life, sexual dissatisfaction, psychological morbidity, emotional suppression and spirituality. Women with higher psychological morbidity and higher emotional suppression reports higher psychosocial impact of human papillomavirus on quality of life. Higher psychological morbidity, emotional suppression, be older, less schooled and not using condom was associated with higher sexual dissatisfaction. Sexual dissatisfaction, psychological morbidity and age was predictors of psychosocial impact of human papillomavirus on quality of life. Age, emotional suppression and using condom was predictors of sexual dissatisfaction. Using condom moderated the relationship between emotional suppression and sexual dissatisfaction. Psychological morbidity mediated the relationship between emotional suppression and psychosocial impact of human papillomavirus on quality of life. Thus, it is important intervene on psychological morbidity and on condom use, mainly on older women.