Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/40718

TítuloEstudo paleoetnobotânico do povoado da Idade do Ferro do Crastoeiro (Noroeste de Portugal)
Outro(s) título(s)Palaeoethnobotany of the Iron Age settlement of Crastoeiro (Northwest of Portugal)
Autor(es)Seabra, Luís Carlos Neto
Orientador(es)Bettencourt, Ana M. S.
Tereso, João Pedro Vicente
Palavras-chaveCrastoeiro
Estratégias de armazenagem
Idade do ferro
Práticas agrícolas
Storage structures
Iron age
Agricultural pratices
Data2015
Resumo(s)O povoado da Idade do Ferro do Crastoeiro localiza-se em Mondim de Basto, distrito de Vila Real. Está assente num esporão na base da vertente oeste do Monte Farinha. Nas campanhas arqueológicas de 2006 e 2007 foram aí descobertas várias fossas abertas no substrato rochoso, próximas de um conjunto de gravuras rupestres de arte atlântica, no interior das quais se detetaram inúmeros macrorrestos vegetais. O objetivo geral deste trabalho visou compreender e enquadrar as práticas agrícolas da Idade do Ferro, no noroeste de Portugal. Para além disto, os estudos carpológicos permitem obter informações importantes sobre hábitos alimentares, o ambiente ruderal e práticas de armazenagem. Foram estudadas no total dezanove amostras, provenientes de quatro fossas (XVIII, XVIII.1, XVIII.2, XVIII.5), localizadas numa área central do povoado e destinada à armazenagem dos diversos cultivos. O conteúdo destas fossas revelou que o trigo espelta (Triticum spelta) era o principal cultivo, sendo grande a diferença em relação aos outros cereais. Para além dos grãos foram recolhidas as espiguetas, o que significava que este cereal, não se encontrava plenamente processado e que sugere um armazenamento a longo termo. Para além do trigo espelta registamos a presença de outros cereais. Destacamos o milho-miúdo (Panicum milliaceum), a cevada de grão vestido (Hordeum vulgare), o centeio (Secale cereale) e o milho-painço (Setaria italica). De realçar a presença do milho-miúdo, um cultivo de primavera que nos leva a propor a existência de duas colheitas por ano. O registo do centeio foi surpreendente. Através da datação por radiocarbono efetuada, obtivemos o contexto mais antigo de centeio para o noroeste Ibérico. No Crastoeiro, durante a ocupação da Idade do Ferro foi praticada uma agricultura diversificada. Terá sido, exercida uma forte pressão sobre os recursos vegetais, o que deverá ter tido impactos ambientais, por exemplo ao nível do coberto vegetal e erosão de solos. A partir do séc. V a. C., as condições climáticas terão piorado, com temperaturas mais baixas e ambientes mais húmidos. Esta situação obrigou a uma adaptação, por parte das comunidades que selecionaram cereais pouco exigentes em relação à condição dos solos e versáteis em comparação com o clima.
The Iron Age settlement of Crastoeiro is located in Mondim de Basto, district of Vila Real. It is stettled on a spur at the base of western slope of Monte Farinha. In the 2006 and 2007 campaigns several pits were discovered in this settlement. They were, cut in the bedrock, next to a set of Atlantic rock carvings, inside which were detected numerous vegetable macroremains. The general objective of this work aimed the understanding agriculture activities in the frame of the Iron Age, in the northwest Portugal. In addition, the carpological studies provide important information about eating habits, ruderal environment and storage pratices. Nineteen samples from four pits were studied (XVIII, XVIII.1, XVIII.2, XVIII.5). These structures were located in a central area of the settlement, destined for the storage of crops. The content of these pits showed that spelt wheat (Triticum spelta) was by far the main crop. Besides the grains, spikelets were collected, demonstrating, this cereal was not fully processed and suggests long-term storage. Apart from spelt wheat, we note the presence of other cereals. We emphasize the presence of common millet (Panicum milliaceum), hulled barley (Hordeum vulgare), rye (Secale cereale) and foxtail millet (Setaria italica). The presence of common millet, a spring crop, proposes the existence of two harvests per year. The presence of rye was suprising. Through radiocarbon dating, we confirmed this to be the oldest context of rye for in Northwest Iberia. During the Iron Age occupation of Crastoeiro, a diverse agriculture took place leading to a strong pressure on plant resources. Changing land cover and soil erosion may have been some of the environmental consequences of this trend. From the 5th century B.C. the climatic conditions have worsened, with lower temperatures and more humidity. The communities that inhabited the Crastoeiro were probably forced to adapt to this situation. The selection of soil undemanding and versatile cereals was likely one of such adaptation.
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de mestrado em Arqueologia
URIhttps://hdl.handle.net/1822/40718
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Dissertações de Mestrado

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