Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/25546

TítuloDivórcio e funcionamento psicológico em adultos e crianças
Autor(es)Silva, Diogo Jorge Pereira do Vale Lamela da
Orientador(es)Figueiredo, Bárbara
Bastos, Maria Alice Martins da Silva Calçada
Data25-Jul-2013
Resumo(s)A presente dissertação foi orientada por dois enquadramentos teóricos: o modelo de Desenvolvimento Positivo da Personalidade na idade adulta (Staudinger & Bowen, 2010) e no modelo ecológico da coparentalidade (Feinberg, 2003). Objetivo: Este trabalho pretendeu responder a quatro objetivos. (1) Identificar variáveis sócio-demográficas, características do divórcio e indicadores personológicos que possibilitem predizer a satisfação com a vida e o crescimento pessoal (conceptualizados como critérios subjetivos de ajustamento e crescimento da personalidade) após a dissolução conjugal. (2) Testar dois modelos cumulativos, construídos a partir de indicadores personológicos, na predição do ajustamento e crescimento da personalidade, após a dissolução conjugal. (3) Analisar o efeito moderador de características do divórcio na associação entre os modelos cumulativos testados no objetivo 2 e os critérios subjetivos de desenvolvimento positivo da personalidade. (4) Identificar e descrever tipologias de coparentalidade após o divórcio, de acordo com as componentes da coparentalidade propostas pelo modelo ecológico de Feinberg (2003), e examina diferenças entre os grupos coparentais, ao nível do ajustamento psicológico dos pais, da parentalidade, do funcionamento familiar e do ajustamento psicológico dos filhos. Método: Um design transversal foi implementado para a recolha de dados. A amostra total foi composta por 460 adultos divorciados, avaliados ao nível do bem-estar psicológico, regulação do afeto negativo e vinculação emocional ao ex-cônjuge, mindedness, motivação para o crescimento, divorce-related self-expansion e satisfação com a vida. Para responder ao objetivo 4, recorreu-se a uma subamostra de 314 pais divorciados que foram adicionalmente avaliados ao nível da coparentalidade, parentalidade positiva, parentalidade inconsistente, funcionamento familiar e ajustamento psicológico dos filhos. Os participantes preencheram os questionários através de uma plataforma online. Resultados: No objetivo 1, a satisfação com a vida foi predita pela auto-aceitação, mestria ambiental e baixo distress associado ao divórcio, sendo que, por sua vez, o crescimento pessoal mostrou-se associado ao sentido de propósito de vida, motivação para objetivos de crescimento reflexivo, mindedness e divorce-related self-expansion. Os critérios de desenvolvimento positivo da personalidade foram diferentemente preditos pelas características do divórcio e pelas variáveis sócio-demográficas. No objetivo 2, os resultados evidenciaram um modelo cumulativo aditivo na predição da satisfação com a vida, em que quanto maior o número de indicadores personológicos, maior era a satisfação com a vida pós-divórcio. Foi encontrado um modelo cumulativo de multiplicação-saturação na predição do crescimento pessoal, em que o crescimento pessoal aumentou acentuadamente na presença de dois indicadores do crescimento da personalidade, sendo que, a partir desse número, a adição de novos indicadores não aumentou a variância explicada do crescimento pessoal. No objetivo 3, os resultados mostraram que as características do divórcio analisadas moderavam a relação entre o índice cumulativo de ajustamento da personalidade e a satisfação com a vida, mas não a relação entre o índice cumulativo de crescimento da personalidade e o crescimento pessoal. Finalmente, no objetivo 4, foram identificados três tipologias coparentais após o divórcio: coparentalidade cooperativa, coparentalidade de conflito aberto e coparentalidade de sabotagem. Os resultados evidenciaram que (a) os pais no grupo da coparentalidade de conflito-aberto, quando comparados com os outros dois grupos, apresentavam menor satisfação com a vida e autoaceitação e maior distress associado ao divórcio e parentalidade inconsistente. (b) Os pais do grupo de coparentalidade de sabotagem identificavam mais problemas de internalização nos filhos quando comparados com os pais do grupo de coparentalidade cooperativa. (c) Os pais no grupo da coparentalidade cooperativa, quando comparados com os grupos de coparentalidade de conflito-aberto e de sabotagem, relatavam melhor funcionamento familiar e menos problemas de externalização nos filhos. Conclusão: Os resultados apresentados na presente dissertação fornecem novos dados empíricos sobre o funcionamento psicológico positivo associado ao divórcio e sobre como relações coparentais específicas pós-divórcio estão associadas ao ajustamento psicológico em pais e crianças.
The present dissertation was guided by to theoretical frameworks: the Positive Adult Personality Development model (Staudinger & Bowen, 2010), and the ecological model f coparenting (Feinberg, 2003). Objective: This thesis aimed at answering to four objectives: (1) To identify which demographic variables, divorce-related characteristics and personality indicators predicted satisfaction with life and personal growth (seen as subjective criteria of personality adjustment and growth), (2) To test two cumulative models developed based on personality indicators in prediction of post-divorce personality adjustment and growth, (3) To analyze the moderator effect of divorce-related characteristics on the association between the two cumulative models and the subjective criteria of positive personality development. (4) To identify and describe post-divorce coparenting profiles, according to coparenting components proposed by Feinberg’s (2003) ecological model, as well as to examine differences between these coparenting groups in parents’ psychological adjustment, parenting, family functioning, and children’s psychological adjustment. Method: A cross-sectional design was used for data collection. The sample was composed by 460 divorced adults, which were evaluated in terms of psychological well-being dimensions, negative affect regulation, emotional attachment to ex-partner, mindedness, growth motivation, divorced-related self-expansion, and satisfaction with life. In order to answer to objective 4, a subsample of 314 divorced parents was used. These participants were additionally assessed in terms of coparenting, positive parenting, inconsistent parenting, family functioning, and children’s psychological adjustment. Data was collected on an online website. Results: In objective 1, satisfaction with life was predicted by self-acceptance, environmental mastery, and low divorcerelated distress. Personal growth was associated to life purpose, motivation for reflexive growth, mindedness and divorce-related self-expansion. The subjective criteria of positive personality development were distinctively predicted by the divorce-related characteristics and demographic variables. In objective 2, results showed an addictive cumulative model in prediction of satisfaction with life, in which the more the personality indicators were, the more post-divorce satisfaction with life was showed. A threshold-saturation cumulative model was found in prediction of personal growth, in which personal growth increased dramatically in the presence of two personality growth indicators; however, adding new personality indicators did not increase the explained variance in personal growth. In objective 3, results revealed that the tested divorcerelated characteristics moderated the association between the personality adjustment cumulative index and satisfaction with life, but not the association between the personality growth cumulative index and personal growth. Finally, in objective 4, three post-divorce coparenting profiles were found: cooperative coparenting, overt-conflict coparenting, and undermining coparenting. Results showed that (a) parents of the overt-conflict coparenting profile showed lower satisfaction with life and self-acceptance and higher divorce-related distress and inconsistent parenting, when compared with the other two profiles. (b) Parents in the undermining coparenting profile identified more internalizing problems in their children when compared with parents in the cooperative coparenting profile. (c) When compared with the other two profiles, parents in the cooperative coparenting profile showed higher family functioning and reported lower externalizing problems in their children; parents of the cooperative coparenting group also identify lower internalizing problems in their children, when compared with parents of the undermining coparenting profile. Conclusion: Results presented in this thesis provide new empirical data about divorce-related positive psychological functioning. Furthermore, this work extends previous literature by showing that specific coparenting relationships are associated with psychological adjustment in parents and children.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Psicologia (área de especialização de Psicologia Clínica)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/25546
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIPsi - Teses de Doutoramento

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