Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/24797

TítuloComportamentos antissociais juvenis: indicadores e formas de manifestação
Autor(es)Braga, Teresa
Orientador(es)Gonçalves, Rui Abrunhosa
Data30-Abr-2013
Resumo(s)Os comportamentos antissociais juvenis têm suscitado, ao longo de várias décadas, enorme interesse por parte da comunidade científica. Atualmente, o conhecimento em torno desta temática é extenso, sendo possível identificar inúmeras direções e disciplinas de análise. Apesar da vasta atenção que a antissocialidade juvenil tem merecido, as questões que ainda se colocam quer no contexto português em particular quer no plano internacional em geral continuam a ser numerosas e de natureza distinta. A revisão da literatura nacional revela-nos que a visibilidade científica dos comportamentos antissociais juvenis surgiu mais tardiamente, sendo o nosso investimento empírico ainda incipiente face ao de outros países. Uma das linhas de pesquisa ainda lacunar entre nós, mas largamente reconhecida em outros contextos geográficos, refere-se à caracterização dos indicadores de manifestação deste comportamentos, tais como a prevalência, a frequência, a versatilidade e a desistência. Observando o panorama internacional, identificámos duas questões que têm sido alvo de debate e que têm demarcado posições teóricas acerca da perpetração de atos antissociais. Uma primeira questão diz respeito à (des)necessidade em desagregar os indicadores de manifestação, sendo discutível se aqueles estão ou não sujeitos às mesmas influências. A segunda prende-se com o modo díspar como os comportamentos antissociais têm vindo a ser conceptualizados: síndrome unitária versus entidades qualitativamente distintas. Assim sendo, neste trabalho procurou-se caracterizar o comportamento antissocial juvenil, ao nível da sua prevalência, frequência e versatilidade de perpetração e principais correlatos demográficos. Em paralelo, interessou-nos compreender se os indicadores são influenciados por fatores similares explorando se aqueles estabelecem relações análogas com as características demográficas. Por fim, foi nosso propósito examinar se múltiplas formas de manifestação da antissocialidade representam uma propensão unitária ou, pelo contrário, subtipos comportamentais verdadeiramente diferenciadas. Na examinação dos dois primeiros objetivos, 676 jovens foram inquiridos online acerca do seu envolvimento em atos antissociais, através de um questionário construído para o efeito. Os resultados mostraram que a esmagadora maioria dos jovens perpetrou comportamentos antissociais, particularmente aqueles de menor gravidade. Apesar da disseminação assinalada, foi igualmente possível concluir que os comportamentos foram, em geral, praticados de modo pouco frequente e que os jovens adotaram um reduzido número de distintos atos. Os rapazes e os jovens mais novos foram os principais envolvidos em grande parte dos atos e foram aqueles a apresentar superior versatilidade de comportamentos. As características demográficas não se relacionaram, contudo, com a frequência de perpetração da maioria dos atos. Assim, quanto ao segundo objetivo, encontrámos algumas evidências de que o sexo e a idade se relacionam de modo diferencial com os indicadores, o que evidencia a necessidade da sua desagregação para a compreensão deste fenómeno. Um segundo estudo, realizado junto de 137 jovens antissociais, abordou a questão da natureza unitária ou diferenciada de diversos comportamentos. Neste âmbito, explorámos se a distinção entre atos de conflito com a autoridade, abertos e cobertos melhor apreende o desenvolvimento de atos antissociais e se esses subtipos comportamentais são preditos de igual modo e pelos mesmos fatores. Assim, os jovens foram questionados acerca do seu envolvimento em atos antissociais num intervalo anual e ao longo da sua vida e avaliados em relação a um leque variado de fatores de risco, com essa última avaliação a preceder, em média, cerca de 5 meses a administração do questionário de autorrelato de comportamentos. A partir deste estudo foi possível comprovar que a maioria dos jovens não escalou indiferenciadamente entre comportamentos, mas sim progrediu entre aqueles de natureza similar. Constatou-se igualmente que os vários domínios de risco não prediziam, no seu conjunto, os atos de conflito com a autoridade, tal como sucedeu para os comportamentos abertos e cobertos. Contudo os domínios de risco contribuíram, genericamente, de igual modo na predição desses últimos subtipos. A presente tese reflete a natureza complexa e multifacetada do comportamento antissocial juvenil e apresenta alguns desafios futuros para a investigação, tal como se enfatiza na conclusão.
Over several decades, juvenile antisocial behaviors have elicited enormous interest among the scientific community. Currently, knowledge on this subject is extensive, and it is possible to identify several courses and fields of analysis. Despite the attention that juvenile antisocial behavior has deserved, numerous and distinct issues still arise whether in the Portuguese context in particular or at the international level in general. The review of national literature reveals that the scientific visibility of juvenile antisocial behaviors occurred later on, and our empirical investment is incipient compared to that of other countries. One line of research still lacking between us, but widely recognized in other geographic sites, refers to the characterization of dimensions of these behaviors, such as prevalence, frequency, versatility, and desistance. Noting the international context, we identified two issues that have been under debate and that have divided theoretical positions concerning antisocial acts. A first issue regards the need to disaggregate dimensions of manifestation being debatable whether these are or are not susceptible to the same influences. The second issue concerns the contradictory manner in which antisocial behaviors have been conceptualized: unitary syndrome versus qualitatively distinct entities. Thus, this study aimed to characterize juvenile antisocial behavior in terms of its prevalence, frequency, versatility, and main demographic correlates. Furthermore, we were interested in understanding whether these dimensions are influenced by similar factors exploring whether they establish analogous relations with demographic characteristics. Finally, it was intent to examine if multiple behaviors represent a unitary antisocial propensity or by contrast, truly divergent behavioral subtypes. To examine the first two objectives, 676 juveniles were surveyed online concerning their involvement in antisocial acts using a questionnaire developed for this purpose. Results showed that the vast majority of youth perpetrated antisocial behaviors, particularly less serious ones. Despite this dissemination, it was also possible to conclude that the behaviors were generally practiced infrequently and that youth displayed a reduced number of distinct acts. Boys and younger juveniles were the main involved in most of the behaviors and were those that presented greater behavioral versatility. Nevertheless, these demographic characteristics were not associated with the frequency of committing the majority of acts. Hence, regarding the second objective we found some evidence that sex and age relate differently to dimensions, which highlights the need for their disaggregation in understanding this phenomenon. A second study conducted among 137 antisocial youth addressed the unitary or differentiated nature of various behaviors. Within this scope, we explored whether the distinction between conflict with authority, overt, and covert acts better captures the development of antisocial behaviors, and if these behavioral subtypes are predicted similarly and by the same factors. The participants were questioned regarding their last year and lifetime involvement in antisocial acts and were assessed on a wide range of risk factors, with the latter assessment preceding, in average, approximately 5 months the administration of the self-report behavioral questionnaire. It was demonstrated that the majority of juveniles did not escalate interchangeably between behaviors, but progressed among those of a similar nature. It was also found that the various risk domains did not, as a whole, predict conflict with authority acts as was the case for overt and covert behaviors. However, in general the risk domains contributed equally to the prediction of these latter subtypes. The present thesis reflects the complex, multifaceted nature of juvenile antisocial behavior and presents some challenges for future research as emphasized in the conclusion.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Psicologia (área de especialização em Psicologia da Justiça)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/24797
AcessoAcesso restrito UMinho
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIPsi - Teses de Doutoramento

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