O envelhecimento activo : contexto e políticas

Abstract

Pretende-se com este estudo aprofundar o conhecimento a respeito da temática do envelhecimento activo. O contexto que justifica esta escolha é marcado, nas suas linhas gerais, por uma importante transformação demográfica, verificada um pouco por todo o mundo, com especial incidência num aumento da longevidade e envelhecimento da população, que se reflecte numa crescente pressão que é exercida nos sistemas de protecção social da população idosa e no respectivo financiamento, sobretudo no quadro dos chamados Estados-providência europeus. Este envelhecimento da população é todavia aqui analisado sobretudo em algumas das suas vertentes e implicações sociológicas. Sabemos que a idade cronológica é um indicador algo arbitrário quanto às capacidades e às possibilidades que as pessoas têm para contribuir activamente para a sociedade. Existem por isso diferentes abordagens acerca do modo como as sociedades e os indivíduos lidam com a questão do envelhecimento. Podemos no entanto dizer que nos últimos anos tem prevalecido uma visão consensual quanto aos objectivos globais a atingir e que passam pela promoção e concretização de um envelhecimento activo. Damos assim aqui, na parte inicial da pesquisa, alguma atenção à Estratégia Nacional de Envelhecimento Activo alinhada com a estratégia mais global no quadro da União Europeia e que visa mobilizar a população sénior para uma vida activa, convocando por isso a implementação de políticas e práticas em prol desse objectivo. Entre outros aspectos, procuram-se medidas que permitam a inclusão dos trabalhadores mais velhos no mercado de trabalho. No plano da pesquisa empírica, para além da utilização de fontes documentais e estatísticas, optámos pela realização de 12 entrevistas de tipo semidirectivo, junto de pessoas com idade entre os 58 e os 63 anos. O objectivo principal traçado para este estudo exploratório foi conhecer se existe nos sujeitos entrevistados possibilidades de promoção de envelhecimento activo. Pretende-se compreender as suas trajectórias profissionais recentes, as suas perspectivas quanto à passagem à reforma e à possibilidade de terem mais apoios para uma “velhice” mais activa, bem como as dificuldades que se levantam nesta fase de transição da vida. Conhecer as preocupações que os sujeitos têm com a entrada na reforma, quais as perdas e os ganhos, como ocupam o tempo livre, o que pensam sobre a permanecia no mercado de trabalho e as perspectivas desta nova etapa da vida.

The aim of this study is to deepen the knowledge on the theme of active aging. The context that justifies this choice is marked, in general terms, by a large demographic transformation, seen all over the world, with particular emphasis on the increasing longevity and the aging of the population, reflected in an increasing pressure that is exerted on the social protection systems of the elderly population and its financing, especially in the context of so-called Welfare-States of Europe. This aging of the population is analyzed here, however, especially in some of its sociological aspects and implications. We know that chronological age is a somewhat arbitrary indicator for the capabilities and opportunities that people have to actively contribute to society. There are therefore different approaches about how societies and individuals deal with the issue of aging. However, we can say that has prevailed in recent years a consensus view about the overall political goals to be achieved and that pass through the promotion and implementation of active aging. In the beginning of the dissertation we then pay some attention to the Portuguese Strategy for Active Ageing, which is aligned with the broader strategy within the European Union and aims to mobilize senior citizens for an active life, calling for the implementation of policies and practices towards this objective. Among other aspects, there has been an attempt to enhance the inclusion of older workers in the labour market. In terms of empirical research, in addition to the use of documentary sources and statistics, we have opted for conducting twelve exploratory interviews with persons aged between 58 and 63 years. The main objective for this route exploratory study was to know whether there is scope for interviewees in promoting active aging. The aim is to understand their professional trajectories recent, their outlook for retirement and the possibility of having more support for an "old age" more active, and the difficulties that arise in this transitional phase of life. Knowing the concerns that individuals have with the entry in the reform, which losses and gains, as they occupy their free time, what they think about the labor market remained on the prospects of this new stage of life.