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https://hdl.handle.net/1822/23247
Título: | "Jornalismo de secretária" : reproduzir as notícias dos outros : o caso dos media internacionais |
Autor(es): | Soares, Filipa Andreia Lopes Ferreira |
Orientador(es): | Marinho, Sandra |
Data: | 2012 |
Resumo(s): | Catorze anos de experiência enquanto jornalista levantam diversas questões
merecedoras de uma reflexão crítica. É o que tenta fazer este relatório de actividade
profissional, confrontando a prática jornalística com os ensinamentos adquiridos na
Licenciatura em Comunicação Social.
Depois de uma descrição do meu percurso profissional, são exploradas as
principais dificuldades sentidas nesse caminho: a falta de meios físicos e humanos, a
dependência dos assessores de imprensa e as pressões sofridas nos órgãos regionais; a
recusa de ser uma espécie de relações públicas de um clube de futebol em vez de
jornalista num diário desportivo; a febre dos directos nas televisões; e a dependência das
agências de notícias nos meios internacionais.
Traçado este cenário, é lançada uma questão: «Será que o “jornalismo de
secretária” nos media internacionais está a ficar reduzido a um mero trabalho de
reprodução das notícias dos outros?»
Os estudos apresentados no enquadramento teórico mostram-nos que sim, que os
media dependem das relações públicas e das agências noticiosas, cujo material chegam
a publicar sem qualquer tipo de edição ou confirmação. Os casos retirados da minha
experiência profissional e os resultados do inquérito a que foram submetidos 62
jornalistas reforçam a resposta.
Quase todos os profissionais recorrem às agências noticiosas e à Internet para
escrever as notícias, mas apenas um terço dos inquiridos usa o telefone para procurar
informação. Cerca de 63% dizem confirmar as informações provenientes destas e de
outras fontes, mas quando lhes é pedido que expliquem como efectuam a confirmação, a
maioria refere que apenas cruza os dados com outras fontes secundárias.
A falta de verificação ou a dificuldade em confirmar a informação é, aliás, o
principal problema identificado pelos «jornalistas de secretária».
A maioria dos inquiridos (51,6%) considera que é jornalismo escrever notícias
baseadas em informações provenientes de agências noticiosas, outros media, gabinetes
de comunicação e/ou Internet, sem as confirmar. Quase 18% não conseguem assumir
uma posição neste debate. Fourteen years of experience as a journalist raise several questions worthy of critical reflection. This professional activity report tries to do it, confronting the journalism practice with the knowledge acquired in my degree in Social Communication. After a description of my professional career and the companies where I worked or was an intern, I explore the main difficulties of that path: the lack of human and physical resources, the dependence on press officers and the pressures suffered in the regional media; the refusal to be a kind of a football club´s public relations officer rather than a journalist in a sports daily; the live-fever on TV; and the dependence on news agencies in the international media. From all these issues, this report tries to answer the initial question: «Is “desk journalism” in international media being reduced merely to the reproduction of others’ stories?». The studies presented in the theoretical framework show a media dependency on press releases and news agencies, whose material they re-publish even without editing or confirmation of authenticity. Cases drawn from my professional experience and the results of the questionnaire answered by 62 journalists reinforce the answer. Almost all professionals use news agencies and the Internet to write their stories, but only a third of the respondents use the phone to look for information. About 63% say they confirm the information from these and other sources, but when they are asked about the way they do it, the majority explain that they only cross-check with other secondary sources. Those who do not confirm justify their behavior, mainly, with the “reliability of the sources” or “lack of time”. The lack of verification or the difficulties in confirming information are the main problems cited by the journalists. Next come the physical distance from the story itself and the limitations of the information available. The majority of the respondents (51,6%) consider that it’s journalism to write news based on information taken from news agencies, other media, communications offices and/or Internet without confirming it. Almost 18% can’t assume a position in this debate. |
Tipo: | Dissertação de mestrado |
Descrição: | Relatório de estágio de mestrado em Ciências da Comunicação (área de especialização em Informação e Jornalismo) |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/23247 |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | BUM - Dissertações de Mestrado CECS - Dissertações de mestrado / Master dissertations |
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Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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