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https://hdl.handle.net/1822/17829
Título: | Estudo comparativo entre jovens não institucionalizados e institucionalizados a cumprir pena em Centro Educativo : adversidade na infância, psicopatologia, saúde física e comportamento desviante |
Autor(es): | Fernandes, Ana Isabel da Costa |
Orientador(es): | Maia, Ângela |
Data: | 2011 |
Resumo(s): | A adversidade durante a infância constitui um tema para o qual a Psicologia tem orientado os
seus estudos, dado o conhecimento sobre a elevada prevalência e os problemas observáveis, que se
estendem pela adolescência e idade adulta. O conhecimento dessas consequências no desenvolvimento
sugere que um passado com história de adversidade é susceptível de tornar o indivíduo “amputado”
daquilo que queria e/ou poderia ser. Os resultados da investigação sugerem que o confronto com
acontecimentos ou experiências adversas na infância aumentam o risco de perturbações físicas,
psicológicas e até comportamentais. No sentido de perceber a relação da adversidade com essas
variáveis, desenhou-se um estudo comparativo, que visou descrever as experiências adversas vividas e
os comportamentos de risco, em jovens institucionalizados a cumprir pena e não institucionalizados.
Comparou-se, por isso, os dois grupos ao nível da História de Adversidade na infância, Psicopatologia
e Comportamentos de Risco. Para melhor compreensão do fenómeno em estudo, procurou-se ainda
averiguar a relação entre adversidade na infância e psicopatologia com comportamentos de risco,
especificamente no grupo de jovens institucionalizados a cumprir pena. Participaram na investigação
72 sujeitos, divididos por 30 institucionalizados num Centro Educativo e 40 que não se encontravam
institucionalizados. No momento da avaliação, utilizaram-se como instrumentos o Questionário Sócio
demográfico, o Brief Symptoms Inventory, o Questionário de Hábitos e Estilo de Vida e o
Questionário de História de Adversidade na Infância.
Os resultados sugerem que a adversidade está significativamente mais presente nos jovens
institucionalizados a cumprir pena, tendo este grupo relatado uma média de 4,51 experiências de
adversidade (DP=2,04). Todos os jovens a cumprir pena relataram, pelo menos, uma experiência
adversa. Este grupo apresenta mais comportamentos de risco, comparativamente aos não
institucionalizados, estando a iniciação da actividade sexual precoce em destaque. No que respeita à
Psicopatologia, verificou-se que o grupo a cumprir pena está, em média, clinicamente perturbado, com
um índice de sintomas positivos médio de 2,78 (DP= 0,42), enquanto a maioria dos participantes do
outro grupo demonstra ausência de sintomatologia clínica. Com o recurso às análises realizadas foi
possível compreender que no grupo de jovens institucionalizados a cumprir pena, os sujeitos com
consumo de tabaco, uso de armas e a actividade sexual desprotegida relatam valores mais elevados de
adversidade na infância. A psicopatologia é mais elevada neste grupo entre os que relatam consumo de
tabaco e o abuso de substâncias ricas em açúcar.
Este estudo permite concluir que jovens agressores de hoje, foram vítimas de experiências ou
acontecimentos adversos na infância. Childhood adversity is a main theme for which Psychology, mainly because the high prevalence and inherent problems, later in adolescence and adulthood. The knowledge of these consequences in development, leads us to consider that history of adversity is enough to impact on what happens to the subject. Research results suggest that adverse experiences in childhood increase the risk of physical, psychological and behavioral disorders. In order to understand the relationship between adversity and those variables, this comparative study aimed to describe the adverse experiences and the risk behaviors, both in institutionalized youth who are serving a sentence and not institutionalized participants. These two groups were compared in terms of Adversity, Psychopathology and Risk Behaviors. We also wanted to evaluate the relationship between childhood adversity and psychopathology with risk behaviors, especially among institutionalized youth who are serving a sentence. The participants were 72 adolescents, 30 institutionalized in an Educational Center and 40 non-institutionalized, who filled a Socio-demographic Questionnaire, the Brief Symptoms Inventory, the Mores and Lifestyle Questionnaire and The History of Childhood Adversity Questionnaire. The results suggest that adversity is prevalent in institutionalized youth who are serving a sentence, which is the group who provide more adverse events, with 4,51 adversity’s categories (SD = 2.04). All participants who are serving sentences, reported at least one adverse experience and this group is also the one who presents more risk behaviors, compared to the non-institutionalized, particularly the precipitate of premature sexual involvement. Regarding to psychopathology, it was found that the group who is serving a sentence is, on average, clinically disturbed, with a positive mean symptom index of 2.78 (SD = 0.42), while the other group shows, an average , the absence of clinical symptoms. By analyzing both groups, it was possible to understand that in institutionalized youth who are serving a sentence, smoking, weapons use and unprotected sexual activity are risk behaviors that are related to childhood adversity. In this same group, smoking and sugar abuse are also related to psychopathology. This study emphasizes a reflection already discussed in other investigations: the today’s perpetrators are the victims of adverse experiences or events in the past. |
Tipo: | Dissertação de mestrado |
Descrição: | Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia da Saúde) |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/17829 |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | BUM - Dissertações de Mestrado |
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