Estudo comparativo dos modelos de acreditação : validação de um modelo para os ACES

Abstract

Num contexto de absoluta necessidade de criação de valor em saúde e de garantia da qualidade dos cuidados prestados, associada a uma deficiência organizacional dos serviços de saúde e aliada a uma escassa cultura da qualidade, mostra-se claro que o grande desafio que se coloca às organizações é o da sua capacidade adaptativa e melhoria contínua da qualidade organizacional e dos cuidados prestados. É pois importante que estas se tornem mais flexíveis e receptivas às exigências dos diferentes stakeholders. Foi nesta perspectiva de constante mutação que foi assim encetada uma reestruturação dos cuidados de saúde primários, assente uma nova arquitectura organizacional que se consubstanciou na criação dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) A par desta mudança do paradigma organizacional e da necessidade de introdução de uma cultura de avaliação desenvolveu-se este trabalho, que consistiu numa análise detalhada dos modelos de acreditação e certificação mais conhecidos, tendo por fim a validação de um modelo que se adequasse às especificidades próprias dos Agrupamentos de Centros de Saúde. Através da investigação teórica analisa-se o processo de implementação da acreditação em Portugal e procura-se perspectivar o seu desenvolvimento. Questionaram-se ainda os factores críticos que no contexto português condicionam as políticas de mudança, perspectiva-se o desenvolvimento deste instrumento à luz dos ensinamentos através da revisão bibliográfica dos modelos internacionais mais relevantes. Os sistemas da Qualidade mais difundidos e que foram objecto de estudo foram a ISO 9000, EFQM, JCI, HQS, ACSA e CCHSA. No entanto, dos resultados da metodologia de investigação empregue, o modelo preferido pelos inquiridos foi o modelo EFQM. Como concluímos é relativamente fácil apontar uma série de vantagens que motivam os ACES a estarem acreditados (maior regulação e prestigio) tendo-se verificado que ao nível da estratégia, envolvimento organizacional, processos e sistemas de medição e validação de resultados, ainda existe um longo caminho a percorrer, porque este processo envolve uma série de dificuldades (elevados custos de implementação, resistência dos colaboradores e falta de recursos materiais e humanos) que representa um obstáculo na procura da acreditação.

In a context of absolute necessity of creating value in health and ensuring quality of care, associated with an organizational deficiency of health services and associated with a weak culture of quality, evidence shows that the great challenge for organizations is their adaptive capacity and continuous improvement of organizational quality and of care services. It is therefore important that the organizations become more flexible and more receptive to the demands of the different skateholders. With this background of constant changes was thus initiated a restructuring of primary health care, building a new organizational architecture that consisted in the creation of Groupings of Health Care Centres (ACES) Alongside this change in the organizational paradigm and the need for introduction of a culture of evaluation has developed this work, which consisted in a detailed analysis of bestknown models of accreditation and certification, and finally the validation of a model that would fit the specific features of the Groupings of Health Care Centres. Through theoretical investigation the process of implementing the accreditation in Portugal is analyzed and seeks to envision its development. The critical factors were also questioned which in the Portuguese context influence the policies of change, striving for the development of this instrument in the light of the teachings through bibliographic review of the most relevant international models. The most widespread quality systems which were object of the study were ISO 9000, EFQM, JCI, HQS, ACSA and CCHSA. However, from the results of the research methodology employed, the model preferred by the respondents was the EFQM model. As we conclude it is relatively easy to enumerate a number of advantages that motivate the ACES to be accredited (increased regulation and prestige). It was found that with regard to the level of strategy, organizational involvement, processes and systems of measurement and validation of the results, there is still a long way to go, because this process involves a series of difficulties (high costs of implementation, employee resistance and lack of material and human resources) that represent an obstacle in the search of accreditation.