Políticas de regulação para internet: uma crítica ao debate sobre a neutralidade da rede

Abstract

O trabalho parte da análise do discurso parlamentar brasileiro, inscrito nas disputas sobre a neutralidade da rede, para investigar os seus sentidos ideológicos. Propõe uma crítica, a partir da filosofia da tecnologia, ao debate sobre a neutralidade da rede e verifica a sua inserção no discurso da democratização. Aponta que a neutralidade da rede se aproximou mais da manutenção das lógicas de poder associadas à estrutura do poder global do que da superação da apropriação capitalista dos meios de comunicação. Assim, advoga a reorientação da disputa da hegemonia pela Internet diante da necessidade de reapropriação das infraestruturas públicas comunicacionais.

El trabajo parte del análisis del discurso parlamentario brasileño, inscrito en las disputas por la neutralidad de la red, para investigar sus significados ideológicos. Propone una crítica, a partir de la filosofía de la tecnología, al debate sobre la neutralidad de la red y verifica su inserción en el discurso de la democratización. Señala que la neutralidad de la red se aproximó más cerca de la manutención de las lógicas de poder asociadas a la estructura de poder global que de superar la apropiación capitalista de los medios de comunicación. Así, aboga por la reorientación de la disputa por la hegemo- nía por el Internet ante la necesidad de reapropiación de las infraestructu- ras comunicacionales.

The essay begins with the analysis of the Brazilian parliamentary discourse, inscribed in the disputes over net neutrality, to investigate its ideological meanings. It proposes a critique, from the philosophy of technology, to the net neutrality debate and verifies its insertion in the discourse of democrati- zation. It points out that net neutrality came closer to maintaining the logics of power associated with the global power structure than to overcoming the capitalist appropriation of the means of communication. Thus, it defends the reorientation of the dispute for the hegemony of the Internet in the faced with the need to reappropriate communication infrastructures.