Crianças e jovens institucionalizados e a sua relação com os animais de companhia

Abstract

Esta dissertação está inserida no Mestrado de Crime, Diferença e Desigualdade do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Minho e tem como tema “Crianças e Jovens Institucionalizados e a sua Relação com os Animais de Companhia”. Este estudo tem como principal objetivo perceber, através de métodos quantitativos, a incidência e os fatores associados à forma de tratamento dirigida aos animais de companhia por crianças institucionalizados, quer no âmbito da Promoção e Proteção quer da Justiça Juvenil. A amostra do estudo consiste em 159 menores entre os 12 e os 21 anos. A estes menores foi aplicado um questionário sobre os comportamentos e atitudes face aos animais de companhia. Os resultados obtidos mostram que a maioria dos participantes tem ou já teve animal de companhia, sendo que, desses, a maioria apresenta comportamentos e atitudes adequadas à integridade física dos seus animais de companhia. Dos que maltrataram, o género predominante é o feminino e institucionalizados em Lares de Infância e Juventude. A maioria maltratou sem querer e demonstrando sentimentos de arrependimento, apesar do número ainda assim expressivo de crianças e jovens que o fizeram para punição ou divertimento. Além disso, e segundo a análise, percebemos que os participantes que foram tocados de forma indesejada em contexto familiar têm 5 vezes mais de probabilidade de maltratarem animais e que os participantes que assistiram a maus tratos a animais em contexto familiar têm 4 a 5 vezes mais de probabilidade de maltratarem animais.

This dissertation is part of the Master's Degree in Crime, Difference and Inequality of the Department of Social Sciences at the University of Minho and its theme is “Institutionalized Children and Youth and their Relationship with Companion Animals”. The main objective of this study is to understand, through quantitative methods, the incidence and factors associated with the form of treatment directed at companion animals by institutionalized children, whether in the scope of Promotion and Protection or Juvenile Justice. The study sample consists of 159 children aged between 12 and 21 years. These minors were given a questionnaire on behavior and attitudes towards companion animals. The results obtained show that most participants have or have had a companion animal, and, of these, most have prosocial behaviors and attitudes towards their companion animals. Of those who mistreated, the predominant gender is female and institutionalized in Children's and Youth Homes. Most abused unintentionally and showing feelings of regret, despite the still significant number of children and young people who did it for punishment or entertainment. In addition, and according to the analysis, we found that participants who were undesirably touched in a family context are 5 times more likely to mistreat animals and that participants who witnessed animal abuse in a family context are 4 to 5 times more likely probability of mistreating animals.