The effect of fear and the cosmopolitan value system reflected in the travellers' perception of destination image and travel decision-making

Abstract

Fear has the power to exaggerate risk perception and impair rational thinking and moral decision-making. Previous studies demonstrated that fear, while increasing apprehension, can facilitate racism and xenophobia. The socially amplified public fear may have particularly devastating consequences to the tourism industry. Fear can make geographically and culturally distant places intimidating and restrain the willingness to travel all together. The main aim of this research is to better understand the nature of irrational public fear and find ways to address it in order to reduce the harm it causes. As the biggest damage, as seen in this research as well, is not the direct destruction the disaster causes, but the indirect harm the irrationally exaggerated risk perception triggers by damaging destination image and restraining travellers when the actual risks are marginal. This research analysed public fear in two different settings: terrorism and infectious diseases. This allowed to increase the reliability of the findings. First, the research focused on a man-made disaster, terrorism. Later, it confirmed the results in a case of natural disaster created by a novel infectious disease, COVID-19. While they are very different types of risks, the root of the fear, unpredictability, uncontrollability and potential lethality, as well as the reaction to the fear, irrationally exaggerated self-protection and outgroup xenophobia, are the same. By applying grounded theory approach and conducting 140 interviews with a highly diverse multinational sample across the five continents, the research concluded that cosmopolitanism is an antidote for both type of irrational fears. Through an inherent value orientation of openness, a conscious mind-set for objectivity, a skillset of cultural and social sensitivity and through the resources a world-wide social and professional network can represent, cosmopolitans tend to have a higher personal resilience that enables them to fight back the evolutionary-coded urge to act out effective (not efficient) fear responses. Based on this result, the study offers a categorisation of travellers based on their resilience to the fear of terrorism, as well as to COVID-19. It also suggests down-to-earth guidelines on how to engage and encourage travellers and build up an open-minded and culturally sensitive global society, resilient to the irrational influence of fear. Finally, the research suggests that tourism, while the hardest hit target of irrational fear, it also provides an exceptional context to administer the antidote of irrational fear by building up cosmopolitan character through global travels.

O medo tem o poder de exagerar a perceção de risco, prejudicando o juízo racional e a tomada de decisão de ordem moral. Estudos anteriores demonstraram que o medo, ao aumentar o sentimento de apreensão, pode desencadear comportamentos racistas e xenófobos. O medo público, quando exagerado, pode ter consequências particularmente devastadoras para a indústria do turismo. O medo pode tornar intimidantes e levar a uma inibição da vontade de viajar para destinos geográfica e culturalmente distantes. O principal objetivo desta investigação é compreender de forma aprofundada a natureza do medo público irracional no sentido de encontrar meios de reduzir os efeitos prejudiciais que ele possa causar. O maior dano que o medo pode provocar, e que foi também comprovado nesta investigação, não se prende unicamente com a destruição direta que uma catástrofe possa causar, mas antes com os efeitos negativos indiretos infligidos pela perceção exagerada e irracional de risco na imagem do destino e na restrição dos viajantes quando o risco real é apenas marginal. Esta investigação analisou o medo público sob dois primas: o terrorismo e as doenças infeciosas. Tal permitiu aumentar a fiabilidade dos resultados. Numa primeira fase, focou-se em catástrofes provocadas pelo Homem, mais concretamente, o terrorismo; e, numa fase posterior, confirmaram-se os resultados num contexto de catástrofe natural criada por uma nova doença infeciosa, o COVID-19. Apesar de se tratarem de tipos de risco diferentes, o caminho para o medo – imprevisibilidade, incapacidade de controlar, letalidade potencial, bem como a reação ao medo, autoproteção exagerada e irracional e xenofobia – é o mesmo. Através da aplicação da grounded theory e recolha de 140 entrevistas a uma amostra muito diversa, multinacional, cobrindo os cinco continentes, esta investigação permitiu concluir que o cosmopolitismo é um antídoto para ambos os tipos de medo irracional. A orientação natural para a abertura como valor pessoal, um mindset direcionado para a objetividade, um conjunto de apetências que denotam sensibilidade cultural e social e através de um conjunto de recursos que uma rede global de âmbito social e profissional pode representar, os cosmopolitas tendem a ter uma elevada resiliência pessoal que lhes permite contrariar o impulso evolucionário para encenar de forma eficaz (não eficiente) respostas condicionadas pelo medo. Com base nestes resultados, o estudo oferece uma categorização dos viajantes baseada na sua resiliência face ao medo do terrorismo, bem como do COVID-19. São também apresentadas diretrizes práticas sobre como comprometer e encorajar os viajantes na construção de uma sociedade global, aberta e culturalmente sensível que seja resiliente à influência irracional do medo. Finalmente, a investigação sugere que o turismo, apesar de ser um alvo muito atingido pelo medo irracional, também representa um contexto excecional para administrar o antídoto a esse mesmo medo através do desenvolvimento de um carácter cosmopolita nos viajantes globais.