O consumo de canábis entre jovens universitários: desafios e implicações para as políticas públicas na luta contra a droga

Abstract

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 181,1 milhões de pessoas, em todo o mundo, com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos, já consumiram canábis (WHO; 2016). A canábis é a droga mais usada pelos Europeus, sendo que, a última estimativa, de-mostrou que cerca de 17,1 milhões de jovens Europeus (dos 15 aos 34 anos) são consumi-dores. Em Portugal, foi a substância ilícita mais consumida nos últimos anos com prevalên-cias de consumo ao longo da vida. Os jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos, atribu-íam ao consumo de canábis, o menor risco para a saúde e no meio escolar é a droga prefe-rencialmente consumida, com inícios de consumo na adolescência. Este consumo inicia-se em idades precoces, com as repercussões a nível social e da saúde, com responsabilidade a nível das respostas públicas. O Colégio Americano de Medicina (American College of Phy-sicians - ACP) recomendou que, dado o desconhecimento dos efeitos do consumo da ma-rijuana (plantas dessecadas e grãos de canábis) e o efeito da legalização e descriminaliza-ção, fossem feitas mudanças nas políticas públicas, promovendo-se uma investigação ex-tensiva sobre os efeitos da canábis e as políticas públicas, de modo a limitar o consumo das populações vulneráveis, especialmente crianças e adolescentes. Por sua vez, a discussão das consequências sociais e de saúde do consumo de canábis está limitada, e não tem sido analisada numa abordagem articulada, integrada e multidisciplinar, das várias áreas (Domoslawski, 2011). De facto, o consumo de canábis pode ser considerado como um com-portamento de risco, tendo em linha de conta os potenciais efeitos adversos associados ao consumo desta substância. Apesar, de comumente camuflada sob a designação de “drogas leves”, a canábis está longe de ser inócua, sendo o consumo entre a população jovem um problema grave para os consumidores, para as suas famílias e para a sociedade em geral. Adotando uma abordagem metodológica quantitativa, o presente estudo utiliza uma amos-tra de estudantes universitários portugueses. Dos resultados obtidos foi possível aferir que existe uma relação direta entre a perceção do risco e o consumo de canábis entre os jovens universitários. Este estudo revelou o desconhecimento conhecimento, por parte dos jo-vens, da atual legislação portuguesa que regulamenta o consumo de substância ilícitas, en-quadrada na estratégia nacional contra as drogas, de despenalização e descriminalização e o consumo de canábis.

Cannabis is the most widely used illicit drug in the world. About 181,1 million of people, world widely (15-64 years old), have used cannabis (WHO,2016). Cannabis it’s also most frequently used illicit drug in Europe, where 17,1 million of young people are consumers, (15-34 years old). In Portugal, cannabis, was the most used illicit drug, during the last years, with lifetime prevalence of use. Portuguese young people, aged 15-24 years old, had the minor health risk perception of cannabis use and this drug is the most use among teenag-ers’ students. The use of cannabis begins at early ages, with social and health impairment which is a public policy responsibility. The American College of Physicians – ACP, given the unknown effects of marijuana and the effect of legalization e decriminalization, recom-mended changes of public policies, promoting extensive investigation of cannabis effects, in a way of limiting de use of cannabis by vulnerable people, specially children and teenag-ers. The discussion of health and social cannabis use consequences it’s too limited e it’s not analysed in a wide and articulated approach, integrated and multidisciplinary (Domoslawski, 2011). With a quantitative methodologic approach, data was collected from a sample of Portu-guese university young students. Results showed the possibility in assessing that there is a direct relation between risk per-ception and the use of cannabis among university students. The findings revealed that there is a direct relation between risk perception and the use of cannabis among university students.