A utilização de materiais manipuláveis no ensino e aprendizagem da Geometria: uma experiência com alunos do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico

Abstract

Este relatório foi realizado no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada, do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico. O projeto de intervenção pedagógica supervisionada foi desenvolvido numa primeira fase numa turma do 4.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico, constituída por vinte e um alunos e, posteriormente, numa turma com 20 alunos que frequentavam o 6.º ano do 2.º Ciclo do Ensino Básico. No decorrer deste trabalho pretende-se compreender qual o papel dos materiais manipuláveis no ensino e aprendizagem da geometria nas turmas onde o projeto foi implementado. Para isso, foram definidas as seguintes questões de investigação: Q1 – Como é que os alunos utilizaram os materiais manipuláveis ao longo da realização das atividades propostas? Q2 - Quais as dificuldades sentidas pelos alunos na utilização dos materiais manipuláveis? Q3 - Quais os efeitos da utilização dos materiais manipuláveis na sala de aula para a aprendizagem dos alunos? Q4 - Será que os alunos conseguem transferir as aprendizagens adquiridas com recurso ao material manipulável para outras situações? Esta investigação, de caráter qualitativo, foi desenvolvida segundo algumas caraterísticas da metodologia de investigação-ação, um processo em espiral que integra as seguintes fases: observação, reflexão, planeamento e ação. A recolha e análise de dados foram realizadas ao longo de todo o processo, sendo que os principais instrumentos de recolha de dados utilizados foram a observação complementada com registos fotográficos e vídeo, registos reflexivos, produções dos alunos e ainda foi aplicado um questionário a ambas as turmas. De um modo geral, o estudo realizado revelou que a utilização de materiais manipuláveis contribui para uma melhor compreensão e estruturação dos conteúdos matemáticos, possibilitando experiências de aprendizagem mais ricas e motivadoras. Por meio da ação manipulativa e privilegiando-se diversas situações de interação e de discussão foi possível criar pontes entre aquilo que os alunos constatavam na prática e a sua aceção teórica. Verificou-se ainda que mesmo os alunos com mais dificuldades puderam experimentar sucesso e participar ativamente na construção das suas aprendizagens.

This report was developed in the course unit Supervised Teaching Practice, of the Master in 1st and 2nd cycle of Basic Teaching. The project of supervised pedagogic intervention was conducted, initially, in a 4th grade class of the 1st cycle of Basic Teaching, composed by twentyone students and, posteriorly, in a 6th grade class with twenty students of the 2nd cycle of Basic Teaching. During the development of this work the aim was to understand the role played by manipulative materials in geometry teaching and learning in the classes in which the project was implemented. In order to accomplish that, the following research questions were devised: Q1 - How did the students use the manipulatives materials during the completion of the proposed activities? Q2 - What were the difficulties the students experienced while using the manipulatives materials? Q3 - What were the effects in the student’s learning of the manipulatives materials' use in the classroom? Q4 - Would the students be able to transfer the knowledge they acquired with the manipulative materials to other situations? This investigation, of a qualitative nature, was developed according to some features of the research-action methodology, a spiral process that consists of the following steps: observing, reflecting, planning and acting. The data collection and analysis were performed throughout the entire process, with the main collection tools being the observation complemented with photographs and videos, reflective records, student works and a questionnaire applied to both classes. Generally, the study conducted revealed that the use of manipulative materials contributes for a better comprehension and structuration of mathematical content, allowing for richer and more stimulating learning experiences. Through manipulative action and by favouring moments of interaction and discussion, it was possible to build bridges between what the students verify on practice and their theoretical understanding. It was also possible to note that even the students with more difficulties were able to experience success and to actively participate in the making of their own learning experience.