Avaliação de efeitos neuroprotetores de extratos de plantas medicinais

Abstract

Existe atualmente uma tendência crescente para o uso de produtos naturais. O conhecimento empírico do uso de plantas medicinais deve ser melhor compreendido e estudado, porque se utilizado de forma adequada, pode proporcionar estratégias alternativas para o tratamento de doenças neurodegenerativas. Este trabalho tem como objetivo avaliar o potencial neuroprotetor de extratos de plantas medicinais no modelo Caenorhabditis elegans, da doença Machado-Joseph (DMJ) (AT3q130) e num modelo de tauopatia (CK10). Os resultados indicam que o tratamento crónico (até dia 4) com 1 mg/mL de extrato das folhas de Hyptis suaveolens (HS), Hyptis pectinata (HP) e Hyptis marrubioides (HM) resultaram no melhoramento do fenótipo motor nos dois modelos de neurodegeneração estudados. No entanto não se observou um impacto significativo na agregação proteica para o modelo da DMJ. Mostramos também que este tratamento aumentou significativamente a resistência dos animais ao stress oxidativo induzido por 240 µM de juglona, nos modelos de neurodegeneração (>50%) e no modelo selvagem (>28%). Neste contexto, verificou-se um aumento significativo na expressão de um gene repórter para a proteína GST em condições de stress oxidativo. Resultados preliminares indicam que o tratamento crónico levou a um aumento significativo na longevidade no modelo DMJ e, também reduziu significativamente a expressão génica de skn-1a/c e apresentou uma tendência para o aumento do gene gst-10 e sod-3. Estes resultados sugerem um potencial efeito neuroprotetor dos extratos de HS, HP e HM e apoiam a ideia de que os antioxidantes podem ser uma abordagem promissora para impulsionar os sistemas defensivos contra o stress e a neurodegeneração. Neste sentido, será premente estudar os seus mecanismos de ação com mais detalhe, bem como procurar identificar os principais elementos ativos existentes nos extratos usados.

There is currently a growing trend towards the use of natural products. The empirical knowledge of the use of medicinal plants should be better understood and studied, because if used properly may provide alternative strategies for the treatment of neurodegenerative diseases. This work aims to evaluate the neuroprotective potential of medicinal plant extracts in the Caenorhabditis elegans model of Machado- Joseph disease (MDJ) (AT3q130) and a model of tauopathy (CK10). The results indicate that chronic treatment (up to day 4) with 1 mg/mL extract of Hyptis suaveolens (HS), Hyptis pectinata (HP) and Hyptis marrubioides (HM) leaves resulted in the improvement of the motor phenotype in both models of neurodegeneration studied. However, no significant impact on protein increased the resistance of animals to oxidative stress induced by 240 μM juglone in the aggregation was observed for the MJD model. We also showed that chronic treatment significantly neurodegeneration models (> 50%) and wild-type (> 28%). In this context, there was a significant increase in the expression of a reporter gene for the GST protein under conditions of oxidative stress. Preliminary results indicate that chronic treatment led to a significant increase in longevity in the MJD model and significantly reduced the gene expression of skn-1a/c and showed a tendency for the gst-10 and sod-3 gene to increase. These results suggest a potential neuroprotective effect of HS, HP and HM extracts, and support the view that antioxidants may be a promising approach to boosting the defense systems against stress and neurodegeneration. In this sense, it will be relevant to study its mechanisms of action in more detail, as well as to identify the main active elements in the extracts used.