A relação educativa: expectativas dos pais em contextos de educação de infância

Abstract

Na realização deste estudo, “A Relação Educativa: As expectativas dos pais em contextos de educação de infância”, partimos de uma concepção sistémica da realidade. Entendemos que as expectativas dos pais são concebidas a partir das realidades presenciadas ou vivenciadas e na interacção com pessoas, nomeadamente as educadoras de infância e os seus filhos. Baseadas nas teorias dos Pedagogos do século XX e nos modelos e metodologias construtivistas como referências de qualidade, fundamentamos a nossa perspectiva que apela à criança como cidadã activa, co-construtora de conhecimentos, identidade e cultura, evidenciando a interacção como promotora de aprendizagem. Sabemos que, em Portugal, as práticas educativas adoptadas, em jardim-de-infância, podem ter várias orientações pedagógicas, ancorando perspectivas de relacionamento entre as educadoras de infância e as crianças bem diferenciadas e, oncomitantemente, diferentes formas de encarar as crianças. Por sua vez, estas orientações pedagógicas arrastam diferentes terminologias para designar a educação das crianças dos três anos até ao ingresso na escolaridade obrigatória. Este paradigma sustenta as nossas questões “Que expectativas têm os pais sobre a relação educativa em contextos de educação de infância? Estas expectativas são influenciadas (ou não) pela proximidade da escola do 1º ciclo? Assim, para procurar as respostas a estas questões e por nos permitir uma grande representatividade de respondentes recorremos a jardins-de-infância da rede pública, do Ministério da Educação e por questões de acessibilidade, do centro urbano de Braga. Como metodologia utilizamos um estudo de casos. Para inquirir os pais utilizamos um questionário e para as educadoras de infância uma entrevista, além de recorrermos à análise documental para melhor perceber a organização dos diferentes jardins-deinfância. Cruzamos os dados para obtermos informações detalhadas e para evidenciar as características conferidas pelos próprios intervenientes, mantendo a unicidade de cada caso. Na verdade, constatamos que as expectativas dos pais integram preocupações de várias ordens, mas sobretudo, o acompanhamento diário e a promoção da socialização dos seus filhos. Conferem grande centralidade ao papel da educadora de infância e, ao contrário do esperado, a proximidade destes contextos das escolas do 1º ciclo não tem influência significativa nas expectativas dos pais.