As escolas promotoras de saúde na educação alimentar : um estudo efectuado em alunos do 2º ciclo

Abstract

Apesar de se ter avançado no reconhecimento da importância de uma alimentação saudável e no conhecimento científico em alimentação e nutrição, tem-se verificado que a medida que os países se "desenvolvem" e a população adquire maior poder de compra se regista um aumento dos erros alimentares (1). Como consequência destas distorções tem aumentado o número das doenças relacionadas com os hábitos alimentares (2, 3, 4).

A educação em alimentação mostrou ter um efeito significativo em promover a adopção de hábitos alimentares saudáveis, pelo que a OMS recomenda a criação de Escolas Promotoras de Saúde e o empenhamento destas na promoção de uma alimentação saudável e na educação alimentar dos alunos (5). No contexto do que foi dito anteriormente realizamos uma investigação para determinar o tipo e eficácia da Educação Alimentar implementada pelas Escolas Promotoras de Saúde do 2º ciclo do concelho de Braga. Para atingir esses objectivos, aplicou-se um questionário sobre conhecimentos e intenções relativamente a alimentação saudável e sobre percepção das acções de educação alimentar realizadas na escola, aos alunos de quatro escolas EB 2,3 do Concelho de Braga (duas escolas integradas na Rede Nacional de Escolas Promotoras de Saúde e outras duas não pertencentes a rede). Foram comparados os resultados obtidos pelos alunos dos dois tipos de escola. A análise de dados que envolvia variáveis de categoria foi feita utilizando o c2 e para as variáveis contínuas utilizou-se o t-teste.

Os dados mostraram que os alunos não possuíam conhecimentos adequados sobre alguns temas de alimentação; que não existem diferenças entre os alunos dos dois tipos de escola relativamente aos seus conhecimentos e intenções sobre alimentação saudável e ainda que não existem diferenças entre na percepção das práticas lectivas adoptadas em ambos os tipos de escola. No final do artigo são tecidas algumas considerações sobre os factores limitantes da acção das Escolas Promotoras de Saúde.

Awareness of the importance of healthy eating habits as well as knowledge on eating and nutrition have developed throughout the years. However, it seems that as countries become developed and people acquire a higher economic power, the eating mistakes increase leading to new illnesses related to eating habits. Education on eating seems to have a meaningful effect on the adoption of healthy eating habits. Although food education starts at home, it should be continued at school and afterwards taken back home. The WHO suggests that Health Promoting Schools (HPS) should focus on improving healthy eating as well as on students' food education.

Thus, a research study aiming at characterising what students think is done with regard to food education by junior high schools (91/10 - 11/12 years old) in Braga and to analyse its influence on students' eating knowledge and intentions was carried out. Three classes (84 students) from two HPS and three classes (82 students) from two non HPS schools participated in the study. Data were collected by means of a questionnaire dealing with knowledge and intentions regarding healthy eating as well as with perceptions on the food education put into practice in schools. Data from the two types of schools were compared by means of the c2 and the t-test.

The results indicate that students hold some knowledge on issues related to healthy eating. However, statistical analyses reveal that the differences between the two groups of students are not statistically significant. The same applies to students' intentions regarding healthy eating and to the perceived teaching approaches and practices used in the two groups of schools. Finally, the implications of the results to food education in junior high schools are discussed.