Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/38487

TítuloEducação para a sustentabilidade: O uso de Sistemas de Informação Geográfica Participativos como instrumento de participação de crianças e adolescentes na construção de sociedades mais sustentáveis
Outro(s) título(s)Education for sustainability: Using Participatory Geographic Information Systems as an instrument of participation of children and adolescents in building more sustainable societies
Autor(es)Preto, Maria Isabel Pinto
Orientador(es)Freitas, Mário Jorge Cardoso Coelho
Dourado, Luís Gonzaga Pereira
McCall, Michael Keith
Data20-Jul-2015
Resumo(s)O capítulo 25 da Agenda 21, aprovada na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992, enfatiza que para construir sociedades mais sustentáveis é importante que aos mais novos seja dada a oportunidade de influenciar assuntos que lhes dizem concernem. Crianças e adolescentes fazem parte da comunidade e interagem com o seu meio envolvente de uma forma particular. O propósito fundamental desta investigação consistiu em identificar, caracterizar e representar as perceções de risco de crianças e adolescentes utilizando Sistemas de Informação Geográficos Participativos. Neste contexto definiu-se risco como toda e qualquer situação que crianças e adolescentes considerem, nas suas rotinas habituais, como uma ameaça e/ou vulnerabilidade que afeta o seu bem-estar ou o bem-estar da sua comunidade, no presente ou no futuro. Pretendeu-se também verificar como este tipo de estudo pode criar condições que favorecem a implementação de processos participativos com crianças e adolescentes e pretendeu-se alertar para o potencial da participação infantojuvenil em estratégias de planeamento. Quando aos mais novos é colocada a tarefa de explorar o seu meio envolvente para que descrevam o que consideram como um risco ao seu bem-estar e da sua comunidade e para que indiquem formas de superação desses riscos, são estimulados a olhar critica e ativamente o meio envolvente, tornando-se sensíveis a aspetos que, de outro modo, lhes passariam, provavelmente, despercebidos. Trata-se de uma possibilidade de aprendizagem em contexto real, que proporciona competências para uma cidadania ativa e que tem potencial para gerar envolvimento efetivo e afetivo com a comunidade. Foram realizados quatro estudos principais, precedidos de um estudo piloto. O estudo piloto teve um carácter exploratório, com os propósitos de perceber a adequação e eficácia da abordagem delineada para a consecução dos objetivos de investigação propostos e de antever possíveis obstáculos à boa execução da investigação. Os estudos principais foram realizados em diferentes escolas da Póvoa de Varzim, Porto, Póvoa de Lanhoso e do arquipélago Açores, com alunos maioritariamente entre os 10 e os 14 anos. Privilegiou-se a procura de perspetivas diferentes relacionadas com a investigação e daí a escolha de localizações com características diferentes, mas tentando sempre assegurar a maior homogeneidade possível em termos das características dos alunos participantes em cada estudo principal. A recolha de dados considerou duas etapas distintas. Por um lado, recolheu-se informação capaz de fazer o “diagnóstico das perceções de risco” e, por outro, procurou-se fazer a georreferenciação das situações de risco referidas pelos participantes. As ferramentas e técnicas de recolha de dados utilizadas incluíram um questionário e ferramentas de mapeamento participativo (fotografias digitas, Google Earth, Google Maps, CyberTracker) que se tiveram de adaptar aos diferentes contextos de implementação. A análise dos resultados revelou que as situações de risco referidas pelos alunos são concretas e relacionadas com seu dia a dia, e que estes lhes atribuem, regra geral, um grau de risco relevante. Os alunos revelaram-se conhecedores do seu meio ambiente envolvente, preocupados com aspetos concretos do seu quotidiano, sendo que muitas vezes esses aspetos e o seu potencial de risco para os mais novos passam inadvertidos ao olhar dos adultos. Com base nas respostas obtidas construíram-se oito categorias de risco, com representatividade distinta e que se verificou estarem muito associadas ao local de realização do estudo. Foram construídos mapas de risco que permitiram efetuar uma caracterização mais completa das perceções de risco, descrevendo a sua distribuição espacial. É uma informação que fortalece a opinião dos mais jovens e que ao ser visualmente eficaz atrai mais facilmente a atenção de, por exemplo, especialistas em planeamento. Por outro lado, verificou-se que as situações de risco não influenciam a visão positiva que os alunos têm da sua localidade, sendo que entre os aspetos que mais valorizam se destaca “tranquilidade e segurança”, em detrimento de fatores materiais. As sugestões apontadas para a resolução das situações de risco apontadas revelaram contextualização e reflexão face aos problemas referidos e, destaca-se, abrem a possibilidade a serem discutidas e/ou aprofundadas com outros membros da comunidade (pais, professores, agentes de autoridade local) contribuindo para que todos tenham um entendimento mais responsável e crítico do seu meio envolvente. Concluiu-se que a metodologia utilizada permitiu efetuar uma caracterização das perceções de risco dos mais novos. Os processos participativos infantojuvenis estão a dar os primeiros passos em Portugal e esta investigação permitiu verificar que de uma forma relativamente simples se pode obter e potenciar a opinião dos mais novos. Os resultados obtidos e o interesse despertado após sua divulgação, nomeadamente no estudo da Póvoa de Varzim, revelam que há espaço para incluir a opinião dos mais novos na vida das localidades. Considera-se que a investigação demonstrou que este tipo de estudos favorece a implementação de processos participativos com os mais novos e podem constituir uma plataforma de preparação dos mais novos para um compromisso de cidadania cativa e consciente em conjunto com pais, professores, planeadores e diferentes agentes da autoridade local.
The main purposes of this research are to identify, characterize and represent the perceptions of risk of urban children and adolescents, using Participatory Geographic Information System, PGIS. In such a context, risk is defined as any situation that children and adolescents consider, in their daily routines, to be a threat or vulnerability to their well-being and that of their community, at the present time or in the future. A further objective is to demonstrate that this type of research can create conditions that support participatory social processes with children and adolescents whilst alerting relevant actors and authorities to the potential for involving children in strategic planning. By encouraging children and adolescents to explore their surroundings, describe what they perceive as a risk to their well-being and propose solutions to overcome those risks, they are stimulated to critically and actively look at their environment. Children and adolescents can become more sensitive to aspects that, otherwise, would probably remain unnoticed by them. These activities allow young people to learn in a real context, to develop skills to become participating citizens in their community, and to generate their affective involvement in the community. Four main studies were conducted, preceded by a pilot study. The pilot study had an exploratory nature with the purpose of realizing the adequacy and effectiveness of the primary research approach to achieve its objectives, and to anticipate potential challenges to implementing the research in the field. The main studies were conducted in schools of three Portuguese cities: Póvoa de Varzim, Porto Póvoa de Lanhoso and the Azores islands, with students mainly between 10 and 14 years of age. Different perspectives related to the research were considered, hence the choice of specific locations with different characteristics, whilst at the same time ensuring a high level of homogeneity in terms of the characteristics of the participants , in particular their age. Data collection consisted of two different steps. The first was to collect information that could provide a general overview of children’s perspectives about what they consider a risk in their daily life. For this first diagnostic approach a questionnaire was used - representing a bottom-up approach in the sense that the risk categories were not predefined. The second step consisted of georeferencing the risk situations and places that children had identified, using tools like Google Earth/Google Maps, traditional maps, digital photos and/or CyberTracker, which had to be adapted to the various contexts of implementation. Data analysis shows that the risk situations identified by the participants are concrete, specifically related to their daily lives, and, in general, reflect perceptions of significant levels of risk. Participants proved to be familiar and well-informed about their surroundings, and concerned with specific aspects of their everyday lives. Often, some of these aspects and their risk potential for young people are ignored or underestimated by adults. Eight risk categories emerged from the questionnaire responses, with different levels of representativeness that are significantly associated with the study locations. The thematic risk maps created in the thesis allow a more complete characterization of risk perceptions and describe their spatial distribution. This spatial information not only supports and reinforces the youngsters’ own opinions, but also, being visually effective and easy to analyse, can more easily attract planners’ attention. Furthermore, it was found that the risk situations do not influence the positive view that students have of their cities, where they value especially the "peace and security" factor, rather than material factors. The suggestions made by the students to overcome the risk situations that they indicated, revealed their contextualized thinking about the problems. Those solutions open up many possibilities to be discussed and/or investigated further with other community members (parents, teachers, local authority officers), thus contributing to a more responsible and critical understanding of their surroundings. It was concluded that the research methodology employed has allowed a characterization of children’s and adolescents’ risk perceptions. Participatory processes with youth and children are taking their first steps in Portugal and this research has shown that, with a relatively simple approach, it is possible to obtain and enhance children’s and adolescents’ viewpoints. Furthermore, the results and the feedback that was obtained, especially in the case of Póvoa de Varzim, show that there are opportunities to include the views and opinions of young people much more vigorously in the life of their localities. This research has also shown that this type of study, on the one hand, favours the implementation of participatory processes with young people and, on the other hand, provides a platform for preparing young people for a commitment to an active and responsible citizenship, working together with parents, teachers, planners and local authority officers.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de Doutoramento em Ciências da Educação (Área de Conhecimento: Educação ambiental e para a Sustentabilidade)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/38487
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIEd - Teses de Doutoramento em Educação / PhD Theses in Education

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