Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/35445

TítuloConhecer para agir – conceções de professores e de alunos do ensino básico sobre sexualidade e educação sexual
Outro(s) título(s)Knowing to act – conceptions of teachers and students of basic education about sexuality and sex education
Autor(es)Marinho, Susana
Orientador(es)Anastácio, Zélia
Data31-Jul-2014
Resumo(s)Com este trabalho pretendíamos averiguar as necessidades de professores e alunos sobre este tema e, a partir destas, desenvolver competências para a vivência de uma sexualidade saudável por parte dos alunos. Relativamente aos professores, pretendíamos que fossem capazes de compreender as necessidades de Educação Sexual dos seus alunos, bem como de reconhecerem e modificarem as suas conceções, munindo-se de ferramentas que os tornassem aptos a desenvolver programas e a realizarem ações de educação sexual na sala de aula, de acordo com o atualmente legislado. Sendo uma investigação-ação, o seu desenvolvimento desenrolou-se em três fases principais: diagnóstico, implementação do plano de intervenção e avaliação. Durante a fase de diagnóstico procuramos obter os dados necessários através de um questionário aos professores, no sentindo de perceber as dificuldades encontradas na implementação da educação sexual no agrupamento de intervenção e um questionário aos alunos procurando aferir também as suas necessidades de ES. A partir do diagnóstico iniciouse a intervenção com a realização de um focus group a professores Diretores de Turma para clarificar as suas opiniões e registar as suas reações à imposição legal da Educação Sexual. O plano de intervenção incluiu sessões de formação para professores e implementação de um conjunto de ações estruturadas com os alunos, sobre sexualidade e educação sexual. Na terceira fase desta investigação-ação procedeu-se à avaliação da intervenção: i) por meio de um focus group com os professores diretores de turma que frequentaram a ação de formação e que, em alguns casos, implementaram atividades de ES com os alunos; ii) por meio de um questionário aos alunos das turmas intervencionadas; iii) e ainda com base nos registos no diário de investigação. Os dados recolhidos na fase de diagnóstico permitiram-nos concluir que uma das maiores dificuldades sentidas pelos professores é a falta de formação na área da Educação Sexual, o que contribui para não realizarem e/ou não pretenderem realizar atividades de ES com os alunos. Os docentes também apontaram os pais e encarregados de educação dos alunos como uma barreira à implementação da ES em meio escolar e indicaram as suas possíveis reações adversas como um dos seus maiores receios em abordar a ES. Assim, os docentes da nossa amostra preferiam entregar essa tarefa a elementos exteriores à escola (como médicos ou enfermeiros) ou a elementos não docentes (psicólogo escolar), sendo a exceção o docente de Ciências Naturais. A maioria dos professores da nossa amostra considerou que a ES se deve iniciar no préescolar ou no 1.º CEB, tendo as professoras manifestado uma atitude mais favorável perante a ES do que os professores, pois consideraram que se deve iniciar mais cedo. Relativamente aos alunos verificamos que cerca de metade apresentou um conceito de sexualidade puramente biológico, relacionando-o com a reprodução, as relações sexuais e as infeções sexualmente transmissíveis. A maioria dos alunos apresentou uma atitude favorável perante o papel da ES no desenvolvimento de crianças e jovens e mostrou confiar na escola para desenvolver atividades no âmbito da ES. No entanto, a maioria dos alunos manifestou preferência por elementos exteriores à escola, como técnicos de saúde, ou elementos não docentes, como o psicólogo escolar, para realizarem esta tarefa. O elemento do corpo docente que reuniu maior concordância dos alunos foi o professor de Ciências Naturais. A nossa análise permitiu-nos concluir que os alunos mais velhos e as raparigas têm maiores conhecimentos sobre reprodução, doenças e infeções sexualmente transmissíveis, métodos contracetivos, gravidez e higiene, do que os alunos mais novos e os rapazes. Verificamos, também, que “adolescência”, “noção de sexualidade”, “relações sexuais” e “diversidade, tolerância, orientação sexual e respeito” foram os quatro temas sobre os quais os alunos gostariam de saber mais, tendo sido encontradas diferenças nas repostas de rapazes e raparigas. As fontes de informação sobre sexualidade a que os alunos mais costumam recorrer são, essencialmente, os amigos, a mãe e a internet. Encontramos algumas diferenças nas respostas de acordo com o sexo e o ciclo dos alunos. O plano de intervenção que delineamos, a partir do diagnóstico efetuado, modificou algumas conceções, quer de alunos, quer de professores. Assim, relativamente aos professores, concluímos que depois de frequentarem a oficina de formação se sentiam mais à vontade, mais confiantes, mais seguros, com mais conhecimentos e mais estratégias para implementar projetos no âmbito da ES. Já os alunos adquiriram um conceito de sexualidade mais abrangente e demonstraram uma atitude ainda mais favorável sobre o papel da ES no desenvolvimento das crianças e jovens. A intervenção contribuiu para aumentar a confiança dos alunos na escola acerca do papel que esta desempenha no que se refere à ES e permitiu que se atenuassem algumas diferenças de género e aumentassem os conhecimentos dos alunos sobre sexualidade.
With this work we intended to ascertain teachers and students needs about sexuality and sex education (SE) and, from these, develop skills for living a healthy sexuality by students. Regarding to teachers, we wanted them to be able to understand the sexual education needs of their students, as well as recognize and change their conceptions, arming themselves with tools that make them able to develop programs and carry out sex education activities in classroom, according to what is currently legislated. Being an action research project, its development took place in three main phases: diagnosis, implementation of the intervention program and evaluation. During the diagnosis phase we seek to obtain the necessary data through a questionnaire for teachers, to understand the difficulties they find in the implementation of sex education in the school of intervention. We also applied a questionnaire to students to assess their own needs related to SE. Following the diagnosis phase the intervention started with a focus group with director of class teachers, to clarify their views and their reactions to the legal imposition of Sex Education. The intervention plan included training sessions for teachers and implementation of a structured set of activities with students about sexuality and sex education. In the third phase of this action research we proceeded to the evaluation of the intervention: i) by a focus group with director of class teachers who attended class training and, in some cases, implemented SE activities with students; ii) by a questionnaire to students of the classes intervened; iii) and also based on records in research diary. The data collected in the diagnostic phase allowed us to conclude that one of the major difficulties faced by teachers is the lack of training in sexual education, which contributes to not perform and/or to not intend to carry out activities of SE with students. Teachers also pointed out the parents and education carers of the students as a barrier to the implementation of SE in schools and indicated their possible adverse reactions as one of their biggest fears to approach SE. Thus, the teachers of our sample preferred deliver this task to elements outside the school (such as doctors or nurses) or to elements not teachers (school psychologist), being the exception the teacher of Natural Sciences. Most of the teachers of our sample considered that SE should start in preschool or primary school, having female teachers expressed a more favourable attitude towards SE than male teachers, once females considered that it should start earlier. Regarding students, about half of them expressed a concept of sexuality purely biological, relating it with reproduction, sexual intercourse and sexually transmitted infections. The majority of the students presented a favourable attitude towards the SE role in children and youth development and showed trusting in school to develop SE activities. However, most students expressed preference for elements outside the school, such as health workers and other non teacher elements, such as the school psychologist, to perform this task. The teacher which attended higher concordance of students was the teacher of Natural Sciences. Our analysis allowed us to conclude that older students and girls have greater knowledge about reproduction, diseases and sexually transmitted infections, contraceptive methods, pregnancy and hygiene than younger students and boys. We also verified that "adolescence", "notion of sexuality", "intercourse" and "diversity, tolerance, sexual orientation and respect" were the four topics on which students would like to know more. We also found differences between females and males responses. The sources of information about sexuality that students most often use are essentially friends, mother and internet. We found some differences in responses according to sex and the cycle of students. The intervention we outlined, based on the diagnosis phase, modified some conceptions of students and teachers. Thus, we conclude that after attending a training workshop, teachers felt more at ease, more confident, more secure, with more knowledge and more strategies to implement SE projects. Students have acquired a broader concept of sexuality and demonstrated an even more favourable attitude about the role of SE in children and youth development. The intervention helped to increase the students' confidence in school about the role it plays in relation to SE and allowed them to attenuate some gender differences and to increase students' knowledge about sexuality.
TipoTese de doutoramento
DescriçãoTese de doutoramento em Estudos da Criança (ramo do conhecimento em Saúde Infantil)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/35445
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:BUM - Teses de Doutoramento
CIEC - Teses de Doutoramento

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