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TítuloParentalidade: uma construção na interação
Autor(es)Martins, Cristina Araújo
Palavras-chaveParentalidade
Transição
Enfermagem
Data2012
EditoraUniversidade de Lisboa
Resumo(s)Pese embora todas as transições sejam responsáveis por alterações nas vidas dos indivíduos e tenham implicações importantes na sua saúde e bem-estar, tornar-se pai ou mãe é uma transição especialmente crítica porque é permanente e o grau de sucesso com que é realizada tem implicações não só na saúde dos próprios Pais como também na saúde e desenvolvimento das respetivas crianças. Este estudo procurou compreender como se desenvolve a transição para o exercício da parentalidade durante os primeiros seis meses de vida da criança. O conhecimento e a compreensão destas experiências parentais são fundamentais para os enfermeiros poderem apoiar os Pais na busca de uma transição bem-sucedida. É parte dos resultados da tese de doutoramento que investigou a experiência de casais que vivenciam o primeiro ano de exercício parental. Utilizou como referencial metodológico a Grounded Theory e contou com a participação de cinco casais participantes. Os dados foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas e observação participante. Apresenta a categoria central encontrada – Ser pai, ser mãe: um processo em construção na interação – que encapsula o processo de mudança experienciado por homens e mulheres quando de tornam Pais, utilizando o Paradigm Model de Strauss e Corbin (2008), que especifica a condição causal, o contexto, as ações e interações levadas a cabo em resposta ao fenómeno, as condições intervenientes que apoiaram ou inibiram as ações e interações realizadas, e as consequências das ações e interações tomadas. Os resultados refletem que os Pais são confrontados com uma vida pessoal e familiar que se dissipa e dá lugar a um novo quotidiano de cuidado ao bebé, em que novos papéis e rotinas têm que ser assumidos, exigindo aprendizagem constante e profunda reconstrução de si próprios. As exigências de cuidados a um bebé são grandes e os Pais nem sempre estão preparados para superar as profundas mudanças. Demonstram abalo na sua identidade e sentem muitas perdas antes dos benefícios se tornarem evidentes. Tornar-se pai ou mãe interfere na sua rede social e relações. Desgaste, cansaço e saturação estão presentes, especialmente nas mães, demonstrando que a intervenção do enfermeiro é necessária. Esta é uma fase especial, repleta de emoções e sentimentos ambivalentes, que marca uma nova etapa e condição de vida, construída e reconstruída na relação que estabelecem com o filho. O processo é considerado compensador, embora difícil e gradual, e evidencia como os Pais são levados a uma polarização de papéis de género que define e constrói o significado de ser “boa” mãe/“bom” pai, esposa/marido, mulher/homem, representando ou personificando um papel materno ou paterno socialmente construído. Permite-nos equacionar a importância de medidas formais e informais de apoio à família implementadas pelos enfermeiros, no período pré e pós-natal, que visem minimizar as experiências de tensão dos Pais, dotá-los de habilitações necessárias à parentalidade e criar oportunidades para discutirem e refletirem sobre as suas necessidades, dúvidas e dificuldades. Estas estratégias de ajuda parental não devem ter apenas em conta os Pais como indivíduos, mas incluir o seu contexto social e relacional.
TipoComunicação oral
DescriçãoApresentação efetuada no "Encontro de Doutorandos em Enfermagem da Universidade de Lisboa 2012", Lisboa, 2012
URIhttps://hdl.handle.net/1822/34585
Arbitragem científicayes
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:ESE-CIE - Comunicações / Communications

Ficheiros deste registo:
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Parentalidade_uma construção na interação.pdfComunicação apresentada no Encontro de Doutorandos em Enfermagem da Universidade de Lisboa 20123,27 MBAdobe PDFVer/Abrir

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