História de vitimização, vinculação e tentativas de suicídio em utentes de serviço de psiquiatria

Abstract

O presente estudo tem como objetivos avaliar a história de vitimização ao longo da vida e as características de vinculação em utentes de serviço de psiquiatria, comparando utentes que nunca tentaram o suicídio e utentes que já tentaram o suicídio. Neste estudo participaram 100 utentes de serviços de psiquiatria, 55 indivíduos sem tentativa e suicídio e 45 com tentativa de suicídio. Os instrumentos utilizados foram: o Questionário Sociodemográfico, Questionário de Vitimização ao Longo da Vida, Escala de Vinculação do Adulto, Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV e o Questionário de Tentativa de Suicídio. Os resultados mostram que a maioria das experiências de vitimização não se associam ao grupo com tentativa de suicídio e nos poucos casos em que se verifica associação significativa, as experiências surgem associadas ao grupo sem tentativa de suicídio. Quanto à vinculação, os resultados mostraram que os participantes sem tentativa de suicídio têm mais características associadas ao padrão de vinculação seguro do que outro grupo. Contrariamente ao esperado, o grupo sem tentativa de suicídio relata mais vitimização, embora tenha mais características associadas ao padrão de vinculação seguro. Estes resultados são discutidos, nomeadamente acerca da validade dos relatos desta população.

The main goal of the present study is to evaluate the history victimization and the characteristics of attachment in users of the psychiatric services, comparing users ever attempted suicide and users who have attempted suicide. Participated in this study 100 users of psychiatric services, 55 individuals without attempting suicide and 45 with attempted suicide. The instruments used were: Sociodemographic Questionnaire, Life Trauma and Victimization History, Adultt Attachmente Scale, Structured Clinical Interview for DSM-IV and Questionnaire Suicide Attempted. The results show that most victimization experiences do not associate the group with suicide attempts and in the few cases where there is a significant association, experiences arise associated with the group without suicide attempt. Regarding the attachment, the results showed that participants without suicide attempts have more characteristics associated with the secure attachment pattern than the other group. Contrary to expectation, the group without attempting suicide relates further victimization, although more characteristics associated with the pattern of secure attachment. These results are discussed, particularly about the validity of reports of this population.