Morrer no hospital: uma reflexão fenomenológica sobre as vivências das famílias

Abstract

No contexto actual dos serviços de saúde observa-se a crescente incidência de doenças de evolução prolongada que conduzem à situação final de vida. Tal é o caso, por exemplo, das doenças oncológicas, que em paralelo com o envelhecimento demográfico e maior esperança de vida aumentam em muito a necessidade de cuidados paliativos a doentes e famílias. A investigação realizada procura explorar, compreender e descrever as experiências das famílias face à fase final de vida e morte de um familiar em contexto hospitalar. Optou-se pela realização de um estudo qualitativo de base fenomenológica, à luz da perspectiva de van Manen [5]. Os participantes foram seleccionados através da técnica de amostragem snowball [6]. A amostra teórica, atingida por saturação de dados, foi constituída a partir das narrativas de vinte participantes (n=20). Os dados foram colhidos através de entrevista livre e analisados mediante o processo de reflexão fenomenológica das narrativas, utilizando para o efeito a abordagem preconizada por van Manen [5]. Os resultados sugerem a necessidade do aprofundamento e transversalidade dos conteúdos sobre a morte e o morrer nos currícula escolares, e também, a formação contínua dos enfermeiros como estratégia para promover mudanças nos comportamentos perante os cuidados em fim de vida a doentes e famílias.

Nowdays health care units are challenged with a high number of people with prolonged disease and in end-of-life. Oncological diseases associated with demographic aging and higher life expectancy increase the needs of palliative ca re, both for patients and their families. This study aimed to explore, to understand and to describe the experiences of families who had a relative in end-of-life at hospital. Based on a phenomenological study of van Manen [5] a snowball purposive sampling method was used to select the participants [61. Participant that met inclusion criteria were interviewed face-to-face. The sample, achieved by theoretical saturation of data, was composed by 20 participants (n=20). Data were analyzed through the process of phenomenological reflection of narratives, using for this purpose, the approach recommended by van Manen [5). The results obtained suggest that school curricula should deepen and have a transversal approach on death and dying. The training of nurses should also be a strategy to promote behaviour changes in relation to end-of-life care of patients and families.