Agressividade, estilo de vida criminal e adaptação à prisão

Abstract

O presente estudo consiste num estudo correlacional no qual se explora a relação entre a agressividade, o estilo de vida criminal e a adaptação à prisão, e a relação entre estas variáveis e outras de natureza sócio-demográfica e jurídico-penal. A agressividade foi avaliada através do “Aggression Questionnaire”, o estilo de vida criminal foi medido pelo “Lifestyle Criminality Screening Form” e para avaliar a adaptação à prisão elaborouse-se uma escala que inclui as infracções disciplinares e os acessos aos serviços clínicos. Este estudo foi realizado junto de uma amostra de 31 reclusos do sexo masculino de nacionalidade portuguesa detidos no Estabelecimento Prisional Regional de Viana do Castelo entre Novembro de 2006 e Abril de 2007. As hipóteses iniciais do estudo prevêem que (1) a agressividade se associa positivamente com o estilo de vida criminal, (2) a agressividade se associa positivamente com a má adaptação à prisão, e (3) a agressividade, o estilo de vida criminal e a adaptação à prisão variam em função de variáveis sócio-demográficas e jurídico-penais. As correlações obtidas nas hipóteses 1 e 2 é somente marginalmente significativa, não obstando, foi possível verificar alguns resultados significativos ao nível das escalas dos instrumentos utilizados: (H.1) a agressividade física correlaciona-se positivamente com o estilo de vida criminal e com a violação de regras sociais; e a agressividade e a hostilidade correlacionam-se positivamente com a violação de regras sociais; (H.2) a hostilidade correlaciona-se positivamente com o acesso aos serviços clínicos e com a má adaptação à prisão. Verificou-se igualmente que a violação de regras sociais se correlaciona positivamente com o acesso aos serviços clínicos e com a má adaptação à prisão. Relativamente à hipótese 3, verificou-se que a má adaptação à prisão se correlaciona positivamente com a história de abuso de substâncias; a auto-indulgência correlaciona-se positivamente com a história de abuso de substâncias; o nº de visitas correlaciona-se negativamente com a agressividade, a violação de regras sociais e o estilo de vida criminal; a idade correlaciona-se negativamente com a irresponsabilidade; e a idade correlaciona-se negativamente com a adaptação à prisão. Apesar de algumas limitações do estudo, estes resultados vão de encontro aos verificados por outros estudos anteriores e contribuem para o estado de arte das temáticas abordadas.

This investigation consists in a correlacional study in which I explore the relation among aggressivity, criminal lifestyle, prison adjustment and the relation of those variables with others of socio-demographic and juris-penal nature. Aggressivity was measured by the “Aggression Questionnaire”, criminal lifestyle by the “Lifestyle Criminality Screening Form” and, to evaluate the prison adjustment, I used a scale which includes disciplinary sanctions and accesses to the clinical services. This study was made with a sample of 31 portuguese male inmates from the Regional Prison of Viana do Castelo from November 2006 until April 2007. The initial hypothesis of this study predicts that: (1) aggressivity is positively correlated with the criminal lifestyle; (2) aggressivity is positively correlated with bad prison adjustment; and (3) aggressivity, criminal lifestyle and prison adjustment vary in function of socio-demographic and juris-penal variables. The correlations obtained in the hypothesis 1 and 2 are just marginally significative, however I found significative results within the used instruments: (H.1) physical aggressivity is positively correlated with criminal lifestyle and social rules’ violation; and aggressivity is positively correlated with social rules’ violation; and (H.2) hostility is positively correlated with access to the clinical services and with bad prisonal adjustment. I also verified that the social rules’ violation is positively correlated with access to clinical services and bad prisonal adjustment. About hypothesis 3, I verified that bad prisonal adjustment is positively correlated with substance abuse history; self-indulgence is also correlated with substance abuse history; the number of visits is negatively correlated with aggressivity, social rules’ violation and criminal lifestyle; age is negatively correlated with irresponsibility and is also negatively correlated with prision adjustment. Despite some limitations of the study, these results match with others found in previous studies and contribute to the state of art of the aborded themes.