Resposta acomodativa dinâmica a diferentes estímulos visuais: 2D vs 3D

Abstract

O 3D é uma tecnologia em evolução, quer a nível de dispositivos quer a nível de conteúdos. A sua crescente massificação levanta algumas questões a nível de saúde pública, nomeadamente os efeitos que a visualização destes conteúdos pode ter sobre o sistema visual. Ainda que muita investigação tenha sido feita sobre a sintomatologia que este tipo de conteúdos pode provocar aos seus utilizadores, apenas recentemente se começou a avaliar os seus efeitos sobre o comportamento do sistema visual. Facto que abre um grande leque de oportunidades de investigação. Este trabalho pretende avaliar os efeitos que a visualização de conteúdos 3D tem sobre o sistema acomodativo, comparando a resposta acomodativa a conteúdos 2D e 3D. Para tal foram avaliados dois dispositivos 3D acessíveis ao grande público, a televisão e uma consola de jogos. O estudo foi dividido em duas partes principais relacionadas com o tipo de dispositivo 3D, tendo participado 22 jovens universitários nas experiências realizadas com a televisão e 15 nas realizadas com a consola de jogos. Em termos clínicos, a resposta do sistema acomodativo a conteúdos 2D não é muito diferente da que se verifica para os conteúdos 3D. No entanto parece que a diferença de resposta acomodativa registada para os dois tipos de conteúdos é tanto maior quanto menor for a distância a que são visualizados.

3D is a developing technology, in terms of devices and contents. Its growing mass raises some questions in terms of public health, particularly the effects that viewing such contents may have on the visual system. Although much research was carried out on the symptoms that this type of contents can cause, it has only recently begun to evaluate their effects on the visual system behavior. Therefore there is still a long way to go. This work aims to assess the effects that viewing 3D contents has on the accommodative system, comparing the accommodative response to 2D and 3D contents. Therefore, we evaluated two 3D devices accessible to the general public, television and a video game console. The study was divided into two main parts related to the 3D device type, 22 university students participated in the experiments with television and 15 had performed the experiments with the video game console. In clinical terms, the response to accommodative 2D content is not very different of that found for the 3D content. However it seems that the difference in accommodative response recorded for the two types of content is greater the shorter the distance they are viewed.