Processo de fusão e cultura organizacional em contexto hospitalar : um estudo sobre as percepções dos gestores

Abstract

No âmbito do Estágio Profissional do Mestrado em Educação – Área de Especialização em Formação, Trabalho e Recursos Humanos, da Universidade do Minho, decorrido numa organização hospitalar do norte do país, realizamos um estudo sobre a problemática da fusão e suas implicações nos processos de desenvolvimento da Cultura Organizacional. Definimos como objectivos gerais da pesquisa: i) apreender a complexidade dos processos de fusão; ii) analisar as implicações deste fenómeno ao nível das manifestações da Cultura Organizacional; iii) explorar a relação entre as especificidades culturais da organização e os processos de concepção da formação. Do ponto de vista teórico-conceptual, suportamos a nossa análise no modelo teórico proposto por Torres (1997, 2004), que contempla as perspectivas integradora, diferenciadora e fragmentadora da cultura e, em articulação com este referencial, reflectimos sobre a formação no contexto de trabalho enquanto processo de ―aprendizagem cultural múltipla‖ (Torres & Palhares, 2008). Dada a abrangência e complexidade desta problemática, direccionamos a pesquisa empírica para a exploração das percepções das chefias de topo e operacionais, dos diferentes serviços e grupos profissionais, das duas unidades hospitalares que no ano de 2007 se fundiram, dando origem a um Centro Hospitalar (EPE). Utilizamos o método do estudo de caso de observação, com recurso às técnicas do inquérito por questionário, da análise documental e da observação não participante Neste relatório serão apresentados e discutidos os resultados da pesquisa, designadamente algumas das tendências extraídas dos resultados do inquérito por questionário administrado ao universo dos gestores da organização hospitalar em estudo. Os resultados apresentados e discutidos no capítulo IV parecem evidenciar, num primeiro plano de análise, a existência de uma cultura integradora, a que se associa um processo de formação socializante no local de trabalho. No entanto, quando se realizam análises mais depuradas constatamos a coexistência de manifestações culturais diferenciadoras e fragmentadoras, o que nos leva a sustentar a necessidades de repensar as políticas e as práticas formativas que enquadrem esta realidade nomeadamente com planos sectoriais e subprojectos de formação.

Within the Professional Training of the Master in Education – specialization area in Education, Labour and Human Resources, from the University of Minho - that occurred at a hospital organization in the north of Portugal, we conducted a study on the merger issue and its implications in the development processes of the organizational culture. We defined the following general research purposes: i) understanding the complexity of the merge processes, ii) analyzing the implications of this phenomenon at the level of the organizational culture expressions, and iii) exploring the relationship between the cultural specificities of the organization and of the training conception processes. From the theoreticalconceptual standpoint we have supported our analysis on the theoretical model propound by Torres (1997, 2004), which contemplates the integration, diacritic and fragmentation perspectives of culture. In conjunction with this referential, we reflected on the training within the working context as a process of "multiple cultural learning" (Torres & Palhares, 2008). Given the breadth and complexity of this matter, we aimed the empirical research towards the scanning of the perceptions from top managers and operational members of different services and professional groups, belonging to the two hospital units that merged in the year 2007 and which lead to the rise of a Hospital Centre (EPE). We used the case study observation method, resorted to the survey questionnaire, to the documentary analysis and to the non-participant observation. Along this report the research results will be presented and discussed, namely some of the trends drawn from the results of the survey questionnaire handed to the universe of managers from the hospital organization being studied. The results presented and discussed in chapter IV seem to bespeak, in a foreground of the analysis, the existence of an inclusive culture to which a process of socializing training within the working place is associated. However, when more refined analysis are executed, we encounter the coexistence of diacritic and fragmented cultural expressions, which leads us to underpin the need of rethinking policies and training practices that fit this reality, particularly with sectoral plans and training sub-projects.