Violência no namoro: relação com o autocontrolo e ajustamento em estudantes universitárias

Abstract

A violência no namoro é um fenómeno cada vez mais estudado, de modo a encontrar-se características que justifiquem o surgimento dos comportamentos agressivos. Nesse sentido surge o presente estudo com o objetivo de analisar a violência no namoro, no contexto de estudantes universitárias, avaliando a relação entre o autocontrolo e o ajustamento no surgimento dos comportamentos violentos. A amostra desta investigação é constituída por 140 mulheres, com idade média de 20.91 anos (DP = 2.31, amplitude 18-28), provenientes da Universidade do Minho. A maioria dos resultados obtidos neste estudo corroboram com a literatura, tais como, o tipo de violência no namoro mais frequentemente praticado é a violência emocional/verbal; indivíduos que praticam comportamentos abusivos apresentam níveis mais baixos de autocontrolo; indivíduos que praticam mais comportamentos abusivos apresentam sintomatologia de ansiedade e depressão. Por sua vez, contrariamente ao esperado pela literatura, verificou-se que indivíduos que praticam comportamento abusivos apresentam uma autoestima mais baixa. Assim, o presente estudo permitiu aumentar o foco nesta área e o seu conhecimento sobre a mesma, podendo, desta forma, contribuir para a prevenção e intervenção neste fenómeno.

Dating violence is a phenomenon increasingly studied in order to find characteristics that justify the emergence of aggressive behaviors. In this sense, the present study aims to analyze dating violence among female college students, assessing the relationship between self-control and adjustment in the emergence of violent behaviors. The sample of this research consists of 140 women, with a mean age of 20.91 years (SD = 2.31, range 18-28), from the University of Minho. Most of the results obtained in this study corroborate the literature, such as: the most frequent type of dating violence is emotional/verbal violence; individuals who practice abusive behaviors show lower levels of self-control; individuals who practice more abusive behaviors show symptoms of anxiety and depression. In turn, contrary to what was expected by the literature, it was found that individuals who practice abusive behaviors have lower selfesteem. Thus, this study allowed increasing the focus on this area and its knowledge, thus being able to contribute to the prevention and intervention in this phenomenon.