O uso de esquemas - síntese na lecionação da filosofia no ensino secundário: uma abordagem curricular

Abstract

A questão que quisemos investigar é a de saber se o uso de esquemas-síntese é um recurso profícuo na lecionação da filosofia, no quadro de uma abordagem curricular. O que pretendemos é perceber se os esquemas-síntese permitem uma maior compreensão e assimilação da matéria lecionada. A escolha deste tema ancora-se também no programa de filosofia: “O recurso a transparências, como apoio à apresentação de exposições, de esquemas integradores dos percursos conceptuais, ou para exibir a estrutura argumentativa de textos, reveste-se de importância indispensável” (Ministério da Educação, 2001, p. 18). Ao sintetizar e esquematizar um texto, teoria, linha de pensamento, etc., o professor ajuda o aluno a entrar na trama do tema filosófico em questão. O professor procura que o aluno, através da ligação gráfica de tópicos e pontos principais dos textos, de ideias e conceitos, compreenda o “edifício” ou a estrutura da teoria apresentada. Lançados estes alicerces, o aluno do ensino secundário poderá construir um pensamento mais denso e complexo. Isto porque a compreensão da matéria dada na aula de filosofia e a sua assimilação são muitas vezes uma tarefa difícil para os alunos do ensino secundário. No processo de desenvolvimento do currículo, sobretudo na fase do currículo em ação, ou da sala de aula, o uso de esquemas-síntese pode revelar-se como facilitador de síntese, de comunicação rigorosa, de compreensão da estrutura de pensamento e argumentação, etc. Para averiguar se o uso de esquemas-síntese é um recurso profícuo na lecionação da filosofia tivemos de familiarizar os alunos com este recurso. Assim tentamos usá-lo e apresentá-lo aos alunos durante as aulas do presente ano letivo, em curso. A opção de investigação passou por levantar a opinião dos alunos sobre o uso e utilidade para a aprendizagem dos esquema-síntese no fim das aulas nas quais estes esquemas-síntese foram apresentados. O levantamento das opiniões dos alunos foi realizado ora por escrito, sob a forma de inquérito, ora oralmente, sob a forma de diálogo, ora por observação direta. A avaliação da intervenção foi contínua e pontual: contínua na medida em que se debruçou numa avaliação ao longo do ano; pontual na medida em que se debruçou sobre situações pontuais tais como inquéritos, produções escritas, análise, sínteses e esquematizações de temas filosóficos.

The subject we wanted to investigate is whether the use of synthesis-schemes is a useful tool for/when teaching philosophy in the framework of a curricular approach. We want to understand if synthesis-schemes allow for a better understanding and assimilation of what is lectured. The choice of this theme was also supported by the philosophy school program: "The use of transparencies, as a method for the presentation of exhibitions, integrators schemes of conceptual pathways, or to display the argumentative structure of texts, is of vital importance" (ME, Programa de Filosofia, 2001, p. 18) When summarizing and schematizing a text, theory, line of thought, etc., the teacher helps the student to enter the plot of the philosophical theme. The teacher tries, through the graphical connection of topics and main points of texts, ideas and concepts, to make the student understand the “building” or the structure of the presented theory. Having these foundations been laid, the high school student will be able to build a more complex/ denser and deeper thought. This is because the understanding of the subject taught in philosophy class and its assimilation is often a difficult task for high school students. The use of synthesis-schemes may ease the synthesis, the accurate communication, the understanding of thought and argument structure, etc. In order to analyze whether the use of synthesis schemes is a useful tool to teach philosophy, we had to familiarize the students with this feature. We tried to use it and present it to the students during the lessons of the 2015/2016 school year. The choice for this research was intended to inquire the students’ opinions on the use and utility of learning the synthesis-schemes at the end of the class, in which the synthesis-schemes were presented. The survey of students’ opinions was conducted either by writing, in the form of an inquiry, either orally, in the form of a dialogue, or by direct observation. The intervention’s evaluation was continuous and punctual: continuous in the way that leaned on an evaluation during the school year; punctual in the way that focused on specific situations such as surveys, written essays, analysis, synthesis and schematics of philosophical themes.