Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/18655

TítuloTeoria da mente e a qualidade do jogo na idade pré-escolar
Autor(es)Ribeiro, Raquel Lamas Gonçalves
Orientador(es)Martins, Carla
Data2011
Resumo(s)A teoria da mente, marco do desenvolvimento sócio-cognitivo crucial que emerge na idade pré-escolar, refere-se à capacidade de compreender e atribuir estados mentais, como pensamentos, sentimentos, crenças, desejos e intenções a si próprio e aos outros, o que permite, por seu turno interpretar e predizer o comportamento dos outros (Baron-Cohen, Leslie, & Frith 1985; Premack & Woodruff, 1978; Wellman, 1990). Neste sentido, considera-se que o desenvolvimento da teoria da mente das crianças é um instrumento social importante que lhes permite adaptarem-se ao mundo social em que vivem, contribuindo, igualmente, para o sucesso das interacções sociais com os pares. De facto, nesta fase desenvolvimental, as actividades de jogo e brincadeira são um contexto fundamental para compreender a forma pela qual as crianças adquirem conhecimento social e competências de interacção, através do desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais, cognitivas e de linguagem, o que lhes permite estabelecer relações positivas e eficazes com os pares. Neste enquadramento, foi realizado o presente estudo, o qual teve três objectivos principais. Em primeiro lugar, pretendeu-se testar a hipótese da concordância entre as avaliações efectuadas pelos pais e pelas educadoras de um instrumento de avaliação da qualidade do jogo em idade pré-escolar, o Penn Interactive Peer Play Scale (PIPPS). O segundo objectivo foi examinar se o desempenho das crianças nas tarefas de teoria da mente se relaciona com a qualidade das interacções no jogo, através dos dados obtidos pelo PIPPS. Por fim, pretendeu-se explorar se existem diferenças de género ao nível da qualidade do jogo e no desempenho das tarefas de teoria da mente. Nesta investigação participaram 29 crianças com idades compreendidas entre os 45 e os 75 meses (M = 63.45; DP = 9.21). Relativamente ao primeiro objectivo deste estudo, os resultados apontaram no sentido de concordância entre as avaliações efectuadas pelos pais e pelas educadoras acerca da interacção das crianças no contexto de jogo ou brincadeira para os três factores do PIPPS: Interacção Positiva, Disrupção e Desconexão. Quanto ao segundo objectivo, relativamente à associação entre o desempenho das crianças nas tarefas de teoria da mente e a qualidade das interacções no jogo, através dos dados obtidos pelo PIPPS, os resultados obtidos revelaram não existir uma relação entre as duas variáveis, excepto para o factor de Disrupção e Desconexão, segundo a percepção dos pais. Por fim, quanto ao último objectivo, os resultados revelaram não existir efeito do género ao nível da qualidade do jogo, através dos 3 factores do PIPPS, excepto ao nível da percepção das educadoras na escala de Disrupção, demonstrando mais comportamentos disruptivos as raparigas. Também não foram encontradas diferenças de género significativas ao nível do desempenho das crianças nas tarefas da teoria da mente.
Theory of mind, a crucial socio-cognitive development mark in preschool age, refers to the ability to understand and attribute mental states, such as thoughts, feelings, beliefs, desires and intentions to oneself and to the others, which allows, to interpret and predict other people’s behavior (Baron-Cohen, Leslie, & Frith 1985; Premack & Woodruff, 1978; Wellman, 1990). Therefore, it is considered that children’s theory of mind development is an important social instrument that allows children to adapt themselves to the surrounding social world, also contributing to the success of social interactions with pairs. In fact, at this developmental stage, game and plays activities are a crucial context to understand the way children acquire social knowledge and interaction skills through social, emotional, cognitive and language abilities, that allows them to build positive and effective relations with pairs. Within this framework, we performed the present study, with three main purposes. Firstly, it was intended to test the concordance between parents’ and preschool teachers’ perception of children’s quality of play using the Penn Interactive Peer Play Scale (PIPPS). Secondly, it aimed to examine if children’s performance on theory of mind tasks was related with play quality. Finally, it was intended to explore if gender had any effect in the performance of the Theory of Mind tasks, and play quality. In this research participated 29 children, aged between 45 and 75 months (M = 63.45; SD = 9.21). According to the first purpose of this research, the results have confirmed the existence of agreement between teachers’ and parents’ perceptions about the interaction of children in game context and play in all three PIPPS factors: Positive Interaction, Disruption and Disconnection. The second objective, regarding the association between children’s performance on the theory of mind tasks and the play quality interactions, using data obtained by the PIPPS, results show that there is not a relationship between these variables, except for the factor Disruption and Disconnection, as perceived by the parents. Lastly, results did not show the existence of gender influence in play quality, through the three PIPPS factors, except in the teachers’ perspectives about the Disruption. The ones who show more disruptive behavior are the girls. Also, there were no significant gender differences at the tasks of the Theory of mind performance.
TipoDissertação de mestrado
DescriçãoDissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia Clínica)
URIhttps://hdl.handle.net/1822/18655
AcessoAcesso aberto
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