Study of the impact of the timing of iodine supplementation in thyroid function and in urinary iodine concentration in the pregnant and the newborn, in obstetrics, fetal and neonatal complications and in the psychomotor development of the child

Abstract

A ingestão adequada de iodo é particularmente crítica na gravidez, pois o iodo é um componente essencial das hormonas tiroideias necessárias para o desenvolvimento fetal normal. Atualmente, as grávidas apresentam deficiência ligeira a moderada de iodo em vários países, incluindo na Europa e, nomeadamente, em Portugal. As Autoridades de Saúde Portuguesas (DGS) emitiram em 2013 uma recomendação para a suplementação de iodo (150-200 µg/dia) antes e durante a gravidez e durante a amamentação exclusiva. O efeito da suplementação na homeostasia da função tiroideia e na suficiência em iodo nas grávidas e na sua descendência e no desenvolvimento psicomotor dos bebés tem sido amplamente investigado, mas os resultados são inconclusivos. Esta tese foi concebida com o objetivo de avaliar o impacto da recomendação de suplementação de iodo antes e durante a gravidez e compreender a adequação do momento dessa suplementação. Num dos estudos, retrospetivo, observámos uma boa adesão à recomendação, com 81% das grávidas a reportarem suplementação com iodo após 2013 e que a suplementação com iodo foi protetora para o número de eventos adversos obstétricos (OR=0.791, p=0.018) e para as morbilidades neonatais (OR=0.528, p=0.024), controlando as variáveis de confusão relevantes. O estudo observacional prospetivo IodoMinho, que incidiu em 126 participantes, mostrou que a concentração urinária de iodo (UIC) foi significativamente superior nas mulheres que iniciaram suplementação com iodo (grupo sem suplementação UIC=63µg/L; grupo com suplementação UIC=100µg/L, p=0.002), mas ainda assim abaixo dos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde, e que não houve influência da data de início da suplementação ter sido na preconceção ou no 1º trimestre de gravidez. Estes resultados sugerem que a toma de suplementos de iodo pode não ser suficiente para repor as quantidades de iodo desejáveis na gravidez. São assim necessárias novas medidas legislativas de Saúde Pública, como a iodização universal obrigatória do sal, no sentido de proporcionar excelência nos Cuidados de Saúde Materna e Infantil. A continuação do Estudo Iodominho contribui, e contribuirá, para gerar a evidência necessária para apoiar as decisões de Saúde Pública mais adequadas.

Adequate iodine intake is particularly critical during pregnancy, as iodine is an essential component of thyroid hormones that are needed for normal fetal development. At present, pregnant women are mildly to moderately iodine deficient worldwide, including Europe, namely in Portugal. The Portuguese Health Authorities (DGS) issued, in 2013, a recommendation for iodine supplementation (150–200 µg/day) prior to and throughout pregnancy, and during exclusive lactation. The effect of iodine supplementation on thyroid function homeostasis and iodine sufficiency in pregnant women and their progeny and neurodevelopment of infants has been widely investigated but is inconclusive. This thesis was designed to evaluate the impact of a recommendation for iodine supplementation before and during pregnancy and to understand the adequacy of the timing of such supplementation. In one of the studies, retrospective, we observed a good compliance to iodine supplementation of 81% after 2013 and showed that iodine supplementation was protective for the number of adverse obstetric outcomes (OR=0.791, p=0.018) and for neonatal morbidities (OR=0.528, p=0.024) after controlling for relevant confounding variables. The observational prospective IodineMinho Study, which focused on 126 participants, showed that the median urinary iodine concentration (UIC) was significantly higher among women taking iodine supplements (no-supplement group UIC=63µg/L; supplement group UIC=100µg/L, p=0.002) but still below the levels recommended by the World Health Organization; but there was no influence on whether iodine supplementation started in preconception or in the 1st trimester of gestation. These results suggest that taking iodine supplements may not be sufficient to replace the amounts of iodine desirable during pregnancy. New legislative Public Health measures are therefore necessary, such as universal mandatory salt iodization, contributing to the efforts of Public Health Systems towards providing excellence in Maternal and Child Health Care. The continuation of the IodineMinho Study contributes and will generate the required evidence to implement such Public Health initiatives.