Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/8431

TítuloPreservação digital: um problema multidimensional
Autor(es)Ferreira, Miguel
Palavras-chavePreservação digital
Estratégias
Conceitos
Data2008
Resumo(s)Durante o século XX, a humanidade assistiu à massificação generalizada de tecnologias digitais. Estas estão presentes em todos os quadrantes do mundo civilizado e suportam grande parte da actividade humana. Actividades tão dispares como consultar as horas ou planear uma missão espacial a Marte são, hoje em dia, inteiramente suportadas por tecnologias desta natureza. Esta expansão foi desde logo acompanhada por um aumento da produção de informação digital. Um estudo realizado pela consultora IDC revela que a produção de informação digital tem vindo sofrer um aumento com características exponenciais. Em 2007, o universo digital foi estimado em 281 Exabytes de informação (i.e. mil milhões de Gigabytes), ou seja, cerca de 45 Gigabytes por cada pessoa existente no planeta. Em 5 anos, prevê-se que esse valor seja 10 vezes superior (Gantz et al., 2008). São certamente variadas as razões que conduziram à adopção massificada de ferramentas digitais. No entanto, a elevada qualidade dos resultados obtidos, aliada à facilidade inerente à disseminação deste tipo de material foram decisivas para a adopção destas ferramentas e para o aumento crescente de informação digital (Teixeira, Ferreira, & Verhaegh, 2003). Apesar das inúmeras vantagens que decorrem da utilização de informação digital, é importante realçar que esta é acompanhada de um problema estrutural que coloca em risco a sua longevidade. Este tipo de material, embora possa ser copiado infinitas vezes sem perder qualidade, requer a presença de um contexto tecnológico, hardware e software, para que possa ser exibido de forma inteligível a um ser humano. Esta dependência tecnológica torna-o particularmente vulnerável à rápida obsolescência a que a tecnologia está sujeita (Ferreira, 2005; Ferreira, Baptista, & Ramalho, 2005). Designa-se, assim, por Preservação Digital o conjunto de actividades ou processos responsáveis por garantir o acesso continuado e a longo-prazo à informação e restante património cultural existente em formatos digitais. A preservação digital consiste, assim, na capacidade de garantir que a informação permanece acessível e com qualidades de autenticidade suficientes para que possa ser interpretada recorrendo a uma plataforma tecnológica diferente daquela que fora utilizada na sua criação (Ferreira, 2006). As recentes iniciativas em torno da criação de um Governo Electrónico alimentam o ideal de que a Administração Pública deverá basear a sua actividade em processos de negócio cada vez mais digitais com o intuito de agilizar e assegurar um serviço mais rápido, completo e transparente ao cidadão. Neste cenário, torna-se evidente o aumento crescente do volume de informação digital cujo valor patrimonial e evidencial exige que se sejam criados mecanismos de preservação digital a longo-prazo que garantam o seu acesso de forma inteligível e sem comprometer a sua autenticidade ou valor probatório. Acontece, no entanto, que pouco tem vindo a ser feito pelos organismos nacionais no sentido de assegurar que essa informação sobrevive às diversas rupturas tecnológicas que advêm do curto ciclo-de-vida dos sistemas de informação utilizados na sua produção e/ou retenção. Neste contexto, torna-se premente a criação e implementação de planos de preservação digital eficazes que assegurem que a informação produzida no decurso da actividade pública permanece acessível ao público em geral e às gerações futuras. Esta premissa deverá manter-se mesmo em situações em que os sistemas de informação ou serviços produtores dessa informação são descontinuados. Ao longo dos últimos 10 anos, muitos projectos e iniciativas contribuíram para a edificação da base de conhecimento que actualmente suporta o domínio científico da preservação digital. Desses projectos resultaram ideias, conceitos e estratégias que conduziram ao reconhecimento universal do problema e à elaboração de soluções técnicas capazes de dissolver o problema. Nesta comunicação serão introduzidos os conceitos fundamentais que suportam o domínio da preservação digital, bem como algumas das soluções técnicas mais frequentemente citadas neste contexto. Esta comunicação assenta, assim, em três vectores fundamentais: 1. Definição e contextualização do problema da Preservação Digital com especial foco na apresentação de exemplos de obsolescência tecnológica que comprometem o acesso à informação digital de forma inteligível; 2. Dar a conhecer algumas das estratégias de preservação mais utilizadas pela comunidade de aplicação, i.e. migração, emulação e encapsulamento; 3. Oferecer um conjunto de recomendações e boas práticas de preservação num contexto organizacional.
TipoComunicação oral
DescriçãoApresentação efectuada no Seminário sobre Preservação Digital, Lisboa, Portugal, 2008.
URIhttps://hdl.handle.net/1822/8431
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:DSI - Sociedade da Informação

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