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https://hdl.handle.net/1822/66967
Título: | À sombra do passado: memória, identidade e cosmopolitismo insular em São Vicente |
Autor(es): | Daun e Lorena, Carmo |
Palavras-chave: | Cabo Verde Cosmopolitismo Identidade Insularidade Memória |
Data: | 2020 |
Editora: | Santa Casa da Misericórdia das Velas CHAM – Centro de Humanidades |
Citação: | Daun e Lorena, Carmo. 2020. «À sombra do passado: memória, identidade e cosmopolitismo insular em São Vicente». In: Chaves, Duarte Nuno (coord). Questões de Identidade Insular na Macaronésia. S. Jorge: Santa Casa da Misericórdia das Velas & CHAM – Centro de Humanidades. pp. 85-101. |
Resumo(s): | [Excerto] Introdução: Se este texto, ao invés de se intitular “À sombra do passado”, se intitulasse “A sombra do passado”, os sentidos seriam, obviamente, muito diferentes. Neste segundo caso, o título remeteria para algo mau ou nefasto, um espectro sombrio que o passado pudesse ainda imprimir no presente. Mas o lastro do passado, mesmo de um passado colonial, nem sempre é totalmente sombrio. A reflexão que trago aqui é sobre sombras, mas não sobre passados sombrios. Pelo contrário. Concentro-me no cosmopolitismo de outrora da ilha de São Vicente e nas suas memórias locais. Estas memórias são positivas e constituem motivo de orgulho para as gentes da ilha. Esse passado cosmopolita é um capital mobilizado ainda hoje, não apenas para falar dos tempos de antigamente, mas para falar do presente. Mais, é um elemento determinante na construção identitária dos são-vicentinos e na sua memória colectiva, que tem sido destacado e reproduzido ao longo do tempo, do período colonial à contemporaneidade.Tendo por base pesquisa bibliográfica e etnográfica, proponho, para o caso de São Vicente, uma nova terminologia – cosmopolitismo insular – que não só convoca essas memórias locais, como pretende oferecer uma síntese entre o ensimesmamento ilhéu e o desejo de abertura ao mundo que caracterizam a identidade regional são-vicentina.O debate académico sobre cosmopolitismo não é novo e tem atraído a atenção de vários campos disciplinares, da Antropologia à História. Não obstante o seu interesse e pertinência, não me vou debruçar aqui sobre ele, nem tão-pouco dissecar o conceito de cosmopolitismo.2 O objectivo central deste texto é reflectir sobre a forma como, na ilha de São Vicente, o tropo do cosmopolitismo, usado insistentemente no passado e no presente, pode ser visto como uma forma de falar de si próprio, de construir identidade e também memória. Ademais, pretendo sugerir que certas características próprias das ilhas e das cidades-porto convidam a repensar a oposição entre cosmopolitismo e enraizamento cultural. A aparente contradição destes termos é uma chave interpretativa para descortinar as complexidades das identidades insulares. [...] |
Tipo: | Capítulo de livro |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/66967 |
ISBN: | 978-989-54856-0-4 |
Acesso: | Acesso aberto |
Aparece nas coleções: | CRIA-UMinho - Livros e Capítulos de Livros |
Ficheiros deste registo:
Ficheiro | Descrição | Tamanho | Formato | |
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Daun e Lorena_À sombra do passado_Macaronésia_2020.pdf | capítulo | 2,24 MB | Adobe PDF | Ver/Abrir |